terça-feira, 21 de setembro de 2021

CONTRASTES DA SEMANA: AMOR EM TEMPO DE GUERRA E PAZ NA ARENA DAS CAMPANHAS

                                                                               


Em apenas três patamares – qual deles o maior – batem-nos a porta e invadem-nos a casa toda os estafetas da inquietação perante o labirinto de contrastes que é o planeta que habitamos, seja na macrocefalia das grandes potências, seja nos estreitos caminhos da nossa aldeia. Trago-os hoje, em formato mini,  como pontos de partida para análise do ‘aqui e agora’ da nossa história comum.

Primeiro – A Assembleia Geral das Nações Unidas, onde dois portugueses, António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa,  juraram solenemente o primado da Unidade para garantir a segurança entre países em todo o mundo. Por seu lado, Joe Biden asseverou que jamais repetiria o fantasma da Guerra Fria. E, paradoxalmente, no mesmo areópago mundial, as provocações climático-sanitárias de Bolsonaro e os rancores abafados de um Erdogan face ao êxodo afegão. Que trama de “Amor em Tempo de Cólera” escreveria hoje Gabriel Garcia Marques?

Segundo – A Campanha Eleitoral que ora decorre, com arremetidas de mau gosto e pior senso, com “facadas nas costas”, calúnias e insultos de toda a espécie, somadas aos esqueletos eriçados que saem do velho armário da tribo para fazer ridiculamente  prova de uma vida, que já não têm. Como falar de Paz na arena onde se defrontam setas desvairadas, promessas desbragadas e requintados vapores de vingança chinesa dentro da mesma casa política onde moram os próprios correligionários?!

Terceiro – A cereja em cima do bolo do centenário natalício de António Aragão traz ao de cima e em alto relevo a personalidade contestatária do genial madeirense, anti-sistema e antifascista.. Embora avesso a estas encomiásticas manifestações, como bem afirmou Nélson Viríssimo, o seu legado impõe-se de forma imorredoira na historiografia insular e nacional, até estrangeira. No entanto, foi o escritor  Rui Zink  quem formulou e glosou este contraste, perguntando com espanto e ironia: “António Aragão na semana das eleições?”.

Sejam quais forem as pelejas, as raivas e lavas à nossa volta, será sempre possível lutar sem ódio e amar sem guerra! Depende de cada um e de todos nós!

 

  21.Set.21

Martins Júnior     

 

 

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