segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

UM CARNAVAL AO CONTRÁRIO

                                                                      


No reino do Rei Otário

Uma lei foi dada ao vulgo

Carnaval será ao contrário

Assim o mando e promulgo

Outro corso e outro horário

O melhor do mundo julgo

Que até o Rio de Janeiro

Desistiu do pandeiro

 

A saída é de manhã

E vou mandar chover poncha

Para arrasar o ecrã

Daquela Lisboa trouxa

Hão-de ver o Grande Fã

Travestido à moda gouxa

A tocar o reque-reque

Al é Grande e o seu  Quéque

 

E na grande barafunda

Da noite das lantejoulas

O Rei das rosas inunda

Do perfume das papoulas

A miss, o barão e o corcunda

Abre o peito alça as ceroulas

E grita em língua de ilhéu:

Aqui quem manda sou eu!

 

Não há Terreiro nem Paço

Nem coisa que se o pinta

Aqui manda outro palhaço

Outro é o vigia da Quinta

Passa-me aí um fumaço

Enche-me os beijos de tinta

Eu não sou qualquer  joão

Meu bombo é mais que um trovão

 

Passaram a noite em refregas

Quem abria o carnaval

Encontrões e cabras-cegas

Por causa do enxoval

E ao cabo de muitas negas

Chegou um acordo final:

Será homem ou mulher

Quem Rei Otário quiser

    

 ……………………… Continua amanhã, quando sair o entrudo…..

 

         15.Fev.21

O  Espectador sem senso nem consenso

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