Prende-se
a língua ao céu da boca quando a palavra assoma ao pensamento. A greve
voluntária da fome iguala-se à greve forçada do verbo, do lamento, do queixume
e da revolta!
Enquanto na capital do Nobel brilha
sereno e livre o ouro da Paz Universal, o corpo que o mereceu jaz acorrentado
numa masmorra imunda do Irão.. O precioso Prémio não compra mais 30 anos de
cadeia, a que foi condenada Narges Mohammadi, Prémio Nobel da Paz-2023.
Em 10 do Mês da Paz – “OS DIREITOS
HUMANOS” sopram 75 velas!
E no mesmo sopro os homens apagam a
PAZ, OS DIREITOS HUMANOS!
Há 75 anos foi alcançadas a dádiva da
Paz, plantada a raiz dos dois territórios independentes, Israel e Palestina,
mas os Humanos não quiseram. Ate hoje.
Também, há mais de dois mil anos “a
Luz brilhou no meio das trevas, mas os Humanos não quiseram recebê-la”. (João,
I,5,10,11).Ate hoje.
OS DIREITOS HUMANOS – condenados à
prisão na mesma hora em que nasceram! Pelos próprios destinatários, os Humanos.
Não incomodem mais o Menino, quando
lhe rezam para trazer a PAZ e restaurar os DIREITOS HUMANOS. Isso significa
que, indirectamente e por omissão,, Ele é o responsável das guerras e o discricionário
carcereiro da PAZ. Ele não a trouxe no
seu tempo (foi vítima impotente às mâos dos ditadores religiosos) nem nunca será capaz de trazê-la ao mundo. Porque não está na sua mão.
Batam às portas de Natanayu, aos
túneis do Hamas, aos paóis de Putin e
gritem, até à exaustão: “Libertai Jerusalém já! Restaurai Belém já! Devolvei a Ucrânia
já” !!!
Os milhões de lâmpadas escorrendo por
cidades e aldeias não conseguem ‘ofuscar’ a escuridão da cela de Narges
Mohammadi onde nunca brilhará uma vela de Natal. Só de pensar nisto acaba-se o
Natal. E morrem as palavras.
09-11.Dez.23
Martins Júnior
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