BENDITO O CRIADOR!!!
BENDITO O LIVRO!!! BENDITO MAOMÉ!!!
O título refere-se a um deus que não existe; a uma bíblia
mal lida e, nalguns casos, mal escrita; a um corão virado do avesso.
O primeiro parágrafo, ao invés, louva o Supremo Arquitecto que, após a
criação, “viu que tudo era bom” e disse: “Crescei e multiplicai-vos, dominai a
terra que é de todos vós”!... O Livro,
por excelência, a Bíblia bendita, que resume mil anos de escrita, muitas mãos a
plasmá-la e muitos séculos da nossa história fundadora!... Maomé bendito,
aquele que sentenciou: “Levar alegria a um coração – um só que seja - vale mais do que construir mil altares”!...
A contradição frontal entre estes dois tempos e conceitos - o título e o parágrafo – resulta do argumentário a que recorrem os ideólogos e os operacionais desse tremendo “armagedon” antecipado a que se dá o nome de conflito israelo-palestiniano: a Bíblia! E personalizam os fundamentos: “Foi Deus que nos doou esta terra, pelas mãos de Abraão, nosso Pai”! A invocação bíblica passa geneticamente para a mentalidade do vulgo que logo vocifera com toda a força dos esgares faiscantes do Monte Sinai: “Que Deus queime o coração deles, Deus faça deles o que quiser, desde que os esmague e mate os palestinianos. Hoje mesmo”! Das hostes palestinianas, Hamas, Faixa de Gaza e Cis-Jordânia, idênticas motivações fazem acionar o gatilho e os engenhos assassinos. Juntam-se depois os obtusos fanáticos muçulmanos. Uns e outros reclamam que Abraão teve dois filhos herdeiros, Isaac e Ismael, ambos com os mesmos direitos à mesma terra.
Para lá de outros interesses
subjacentes a todas as guerras, o conflito israelo- -árabe vem demonstrar o
malefício das religiões quando moldadas aos figurinos e ambições dos humanos. A
conceção híbrida do culto aos deuses – poli ou monoteístas – produziu esse monstruoso
estatuto tricéfalo – Sacerdote, Profeta e Rei – atribuído a David, protótipo
dos regimes teocráticos israelitas e muçulmanos. E daí irrompem os mais bárbaros
instintos e sancionadas todas as atrocidades. Demonstrativo mas execrando é o
Salmo 135 (136) do mesmo ‘Santo Rei David’ quando, após a derrota infligida pelo
exército inimigo, ‘reza’ ao seu deus e
suplica vingança nestes termos: “Senhor Deus, sejam bem-aventurados todos
aqueles que agarrarem as crianças desses inimigos e as esfacelarem contra um
rochedo”. Está na bíblia, uma oração que nunca devia ser feita, muito menos escrita! Aliás, o cognome atribuído ao Deus de
Abraão, de Isaac e de Jacob, é nem mais nem menos “Senhor Deus dos Exércitos”.
Até
há bem pouco tempo, na liturgia católica, repetia-se esse mesmo ritual judaico
– Senhor Deus dos Exércitos - alterado depois para “Senhor Deus do Universo”.
E que foram as Cruzadas?... E a Inquisição?… E as capelanias castrenses, os
chamados capelães militares em tempo da guerra colonial… e os padres coronéis
ou coronéis padres e, pior, um bispo brigadeiro, Bispo das Forças Armadas Portuguesas?...
Daqui, incentiva-se o povo ignaro a prometer velas à Senhora de Fátima em prol
do rapaz que anda na guerra a derrotar e expulsar o ‘inimigo’, o pobre africano que está na sua própria
terra, na sua mísera palhota… Por tudo isso passei eu, vi com os meus próprios olhos
e de que me envergonho até à morte.
Quando
compreenderemos nós - crentes ou não crentes, beligerantes ou pacifistas – que
DEUS (com maiúscula e não o deus minúsculo, a bíblia minúscula, o corão minúsculo)
nada tem a ver com as guerras dos homens?!... Rogar a Deus para fazer a paz significa
que Ele, ao menos indiretamente, é
cúmplice da guerra. Se pode evitá-la, por que razão não o faz antecipadamente?...
Implorar a um pai que faça a paz entre os filhos pode redundar em ofensa ao
próprio pai. Até porque deverá ser esse o dever inalienável do exercício paterno.
“Senhor
dai-nos a paz”!
E
a resposta vem, de ricochete: “Filhos, isso é convosco. Ninguém mais do que Eu quer
a Paz. Mas se vós não a quiserdes?... Essa é uma tarefa exclusivamente vossa”!
É por isso que os regimes teocráticos nunca terão paz em seu redor. Porque os seus interesses são conflituantes e, por vezes, irredutíveis. A guerra, que é estritamente humana (e até infra-humana) os seus líderes irão sacralizá-la, divinizá-la, mandarão benzer as armas, as fardas, os canhões. Já o Mestre Nazareno, há mais de dois mil anos, vaticinara perante os Doze: “Muitos daqueles que vos matarem julgarão estar prestando um serviço a Deus”.
A
tanto chegam os malefícios das religiões auto-descrentes!
Jesus
de Nazaré teria vergonha e mor desgosto de voltar à sua pátria. Matá-
-lo-iam
de novo em Jerusalém.
Em forma e tentativa de conclusão: A Paz do Amanhã começará
pela sã educação – cívica, fraterna, holística – das crianças e dos jovens de
Hoje!
21.Out.23
Martins
Júnior
Sem comentários:
Enviar um comentário