terça-feira, 24 de outubro de 2023

UM OUTRO CAMINHO PARA A PA Z – QUEM O VÊ NÃO QUER ENTRAR

                                                                       


É um caminho novo, não obstante regado de sangue e lágrimas sobre um chão de ternura jovem, indefesa, mas que uma mão justa ergueu e transformou em bandeira da Paz  e pista segura, geradora de esperança futura. Enquanto os paiós da morte aferram-se na indústria armamentista como ardiloso antídoto à guerra, três mulheres nascidas do seio do fundamentalismo armado são erguidas como mensageiras precursoras de um mundo de todos onde todos nos podemos abraçar e, enfim, viver.

          Falo das três heroínas da liberdade, igualde e fraternidade, ideais que vêm desde 1789,mas que todas as noites da história são presos, esquartejados, queimdos vivos e todas as manhãs reaparecem aqui, acolá, mais além, transparentes, invencíveis no corpo e no espírito de quem

                                       Mesmo na noite mais triste

                                       Da mais negra escuridão

                                       Há sempre alguém que resiste

                                       Há sempre alguém que diz NÃO

 

                    Falo de três personagens que, tendo tudo ou quase tudo para acomodarem-se ao silêncio e à submissão – são ainda jovens, são mulheres,  são iranianas, vítimas de regimes misóginos, totalitários – no entanto romperam os vergonhosos muros da repressão e, por um imperativo de consciência individual e colectiva, ousaram  interpretar ao vivo a angústia reprimida  de milhares, milhões de compatriotas suas, dando a conhecer ao mundo a desumanidade do regime. Malala Yousafzai, paquistanesa, 23 anos, vítima de atentado em 2012, depois recuperada num hospital de Londres, Prémio Nobel da Paz em 2014. Narges

Mohammadi, iraniana, Prémio Nobel 2023, actualmente detida numa das prisões do Irão, a que foi condenada com uma pena de 31 anos.   Mahsa Amini, 22 anos, iraniana, atingida  a tiro pelos talibãs, morreu em 8 de Outubro de 2022 num hospital de Teerão,  Prémio Sakarov 2023, a título póstumo.

  Três mulheres que trazem na  face os olhos sequiosos de dignidade de todas as jovens e mulheres oprimidas, rechaçadas nos seus direitos basilares! No entanto, elas bem podem erguer o mais belo e justo troféu do mundo civilizado: galardoadas pela Academia de Oslo e pelo Parlamento Europeu!

Eis o caminho novo para a Paz: não com os carros de combate, com os drones e os mísseis assassinos. Nem mesmo com as convenções diplomáticas,. Apenas com o reconhecimento dos valores humanos e dos seus defensores e das suas corajosas heroínas, bandeirantes da Paz.

Cegueira militante, assumida pelos líderes fanáticos que não querem ver a luz que brilha não apenas ao fundo dos túneis de guerra, mas em pleno dia, o Dia Novo de um mundo feito para todos!

Quando virá o Dia?... Só com as criança---*+s de hoje, só com a tenacidade de homens e mulheres como a de Malala, Narges e Mahsa!

 

23-25. Out.23

Martins Júnior.

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