É um caminho novo, não
obstante regado de sangue e lágrimas sobre um chão de ternura jovem, indefesa,
mas que uma mão justa ergueu e transformou em bandeira da Paz e pista segura, geradora de esperança futura.
Enquanto os paiós da morte aferram-se na indústria armamentista como ardiloso
antídoto à guerra, três mulheres nascidas do seio do fundamentalismo armado são
erguidas como mensageiras precursoras de um mundo de todos onde todos nos
podemos abraçar e, enfim, viver.
Falo das três heroínas da liberdade, igualde e
fraternidade, ideais que vêm desde 1789,mas que todas as noites da história são
presos, esquartejados, queimdos vivos e todas as manhãs reaparecem aqui, acolá,
mais além, transparentes, invencíveis no corpo e no espírito de quem
Mesmo na
noite mais triste
Da mais
negra escuridão
Há sempre
alguém que resiste
Há sempre
alguém que diz NÃO
Falo de três personagens que, tendo
tudo ou quase tudo para acomodarem-se ao silêncio e à submissão – são ainda jovens,
são mulheres, são iranianas, vítimas de
regimes misóginos, totalitários – no entanto romperam os vergonhosos muros da repressão
e, por um imperativo de consciência individual e colectiva, ousaram interpretar ao vivo a angústia reprimida de milhares, milhões de compatriotas suas,
dando a conhecer ao mundo a desumanidade do regime. Malala Yousafzai, paquistanesa,
23 anos, vítima de atentado em 2012, depois recuperada num hospital de Londres,
Prémio Nobel da Paz em 2014. Narges
Mohammadi,
iraniana, Prémio Nobel 2023, actualmente detida numa das prisões do Irão, a que
foi condenada com uma pena de 31 anos. Mahsa Amini, 22 anos, iraniana, atingida a tiro pelos talibãs, morreu em 8 de Outubro
de 2022 num hospital de Teerão, Prémio Sakarov
2023, a título póstumo.
Três
mulheres que trazem na face os olhos sequiosos
de dignidade de todas as jovens e mulheres oprimidas, rechaçadas nos seus
direitos basilares! No entanto, elas bem podem erguer o mais belo e justo troféu
do mundo civilizado: galardoadas pela Academia de Oslo e pelo Parlamento
Europeu!
Eis
o caminho novo para a Paz: não com os carros de combate, com os drones e os
mísseis assassinos. Nem mesmo com as convenções diplomáticas,. Apenas com o
reconhecimento dos valores humanos e dos seus defensores e das suas corajosas
heroínas, bandeirantes da Paz.
Cegueira
militante, assumida pelos líderes fanáticos que não querem ver a luz que brilha
não apenas ao fundo dos túneis de guerra, mas em pleno dia, o Dia Novo de um
mundo feito para todos!
Quando
virá o Dia?... Só com as criança---*+s de hoje, só com a tenacidade de homens e
mulheres como a de Malala, Narges e Mahsa!
23-25. Out.23
Martins Júnior.
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