Voltaste enfim
Ao seio materno de onde partiras
Afortunadas mãos aquelas que te levaram
Ao aquático berço de safiras
Em maio moço e dia do baptismo
Entre rendas de algas e alfaias de abismo
Filho pródigo errante
Outros te abandonaram
Incógnito moribundo
Por desertos seculares mares sem fundo
Até te enlamearem na trágica voragem
Que te amarrou às cruzes do Calvário
Queimado entre archotes e velórios
Encharcado de lágrimas e lutos
mortuários
Em vez de repique natalício
E certidão baptismal
Passavam-te atestado
De um óbito antecipado
Prisioneiro de um coval
Mas hoje voltaste
Ao berço e ao trono
Reincarnaste
Capitão Primeiro e Dono
Da Ilha Nova Nação
Desde a Ponta da Oliveira
Até à Ponta do Tristão
Venham amores de Ana e Machim
Toquem sinos carrilhões
Gorjeios silvos andorinhas aos milhões
Encham mares e baías
Cubram os céus da Madeira
Porque
seis séculos enfim
Machico reincarnou
E em seu Dia regressou
À sua “Casa Primeira”
7..Mai.19
Martins Júnior
Em homenagem aos autarcas que, na
comemoração dos “600 anos”, repuseram a verdade histórica do Dia do Concelho,
evocando o dia 8 de Maio de 1440, data da instauração de Machico como 1º capitania da Madeira e da sua doação, pelo Infante D. Henrique,
a Tristão Vaz Teixeira, Primeiro Capitão
Donatário da Ilha. Dez anos depois, 1 de Novembro de ,1450, foi instituída a capitania do Funchal.
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