Aconteceu Ano Novo na RTP/M!
Quando digo Ano Novo, quero dizer mais
que novo ano, novo calendário, fogos fátuos, balonas e estrelas cadentes que
saem do chão e mais depressa ao chão regressam. Aconteceu Ano Novo –
verdadeiramente Novo! - na grande paisagem da Ideia, da Acção, da
Saúde física e mental, da Crença, enfim, da Vida.
Quem no-lo trouxe foi o Padre José Luís
Rodrigues, secundado pela excelente condução do jornalista Paulo Santos que
soube interpelar com mestria o distinto entrevistado, abrangendo uma
polícroma diversidade de temas e problemas do mundo actual, desde as questões
sociais às ideológicas e religiosas, com tal realismo e sensibilidade que
parecia responder a todos e a cada um dos telespectadores que tiveram o
privilégio de ver e ouvir a histórica entrevista do Pároco de São José, no
Funchal.
Bem andou a RTP/M em abrir novos
horizontes a crentes e não crentes, através da palavra lúcida, segura e
transparente do padre romancista, poeta, contista e ensaísta, orador e blogger
de merecido reconhecimento público. Ele identifica a metamorfose necessária à
Igreja na Madeira, onde o imobilismo intelectual e o exibicionismo processional
enfermam a religião católica nesta ilha, desde a hierarquia ao presbitério e
aos fiéis em geral.
Corajoso e polémico para alguns, mergulhados que estão no obscurantismo oportunista, gerador de resquícios de poder anti--evangélico, o Padre José Luís Rodrigues nos dias que correm incarna a personalidade – também corajosa e polémica – do Papa Francisco, cujo lema pastoral é o de “UMA IGREJA EM SAÍDA” ao encontro da Humanidade, no seu sentido holístico, esteja onde estiver o ser humano.
Estamos perante um
discurso intelectual e um programa comportamental idênticos ao de Jesus de
Nazaré que, sem prejuízo da verticalidade da fé, pautou os seus actos
pela horizontalidade humanista, tal como o saudoso Padre Mário Oliveira
definiu quando titulou o texto eminentemente clarificador no seu livro “Do
Cristão ao Humano”.
Ao mesmo tempo que
nos congratulamos com a luminosidade esperançosa que o Padre José Luís
Rodrigues jorrou jubilosamente na alvorada do 2025, fica-nos – a todos nós que
queremos um mundo novo – fica-nos, sim, a mágoa e a desilusão de ver a
hierarquia e a sua casta de mini-satélites subalternizarem, senão mesmo
proscreverem, os lídimos valores representativos da genuína espiritualidade
humana e cristã.
Força, Padre José
Luís, deste amigo e veterano das mesmas causas, cientes que estamos de não
poder salvar o planeta – nem o próprio Jesus o conseguiu – mas activos e
conscientes de que, por nós, o mundo não andou para trás!
15.Jan.25
Martins Júnior
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