segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

“O CANTO DO MELRO” NOUTRAS VIAGENS

 

                                      


À vol d’oiseau…

Permita-se-me recorrer ao conhecido galicismo para exprimir o júbilo do Canto do Melro que, neste fim-de-semana, voou da Ilha para  Beira-Tejo, no Seixal continental e, daí, para o Oeste luso da Marinha Grande, distrito de Leiria.

Mais que um mero reporte de viagem, trata-se neste escrito de render a minha gratidão à Profª. Drª. Raquel Varela e à Editora Bertrand pelo generoso afã com que têm divulgado retalhos de vida e lampejos cirúrgicos de uma mensagem que recebo do círculo envolvente em que navego e, como retorno necessário, procuro devolvê-la em crescendo evolutivo ao rio por onde perpassam pessoas e sonhos à minha volta, predestinados  companheiros do roteiro existencial.

                                         


Foi assim, sábado, 18, no Seixal da outra margem, numa franca confraternização que tanto poderia chamar-se tertúlia académica como, sobretudo, Agapè emotiva, espiritualista, de tão largo e belo foi o desenrolar do encontro, com poemas e canções libertadoras, evocativas de Zeca Afonso, Carlos do Carmo, José Mário Branco, Ary dos Santos,  na voz de Victor Sarmento. Coincidência ou não,, o nome do local, Restaurante O Bispo,  ajudou ao ambiente da festa-convívio, em que o pico de relevo foi iluminado por duas personalidades portadoras da história de um almejado Portugal Novo, nascido no coração da Revolução de Abril: o lutador indefectível Major Mário Tomé e o corajoso causídico patrocinador das causas nobres e justas, o Dr. Garcia Pereira, ambos sintonizados com a estimulante partitura do Canto do Melro, de Raquel Varela, historiadora e novel romancista.

                                             


Domingo, 19, o Melro, de Guerra Junqueiro (que deu o mote para o Canto) sobrevoou o litoral poente até São Pedro de Moel e, daí, à Marinha Grande, onde o esperava uma numerosa e prestigiada assembleia de leitores, reunidos no inspirador auditório da Casa-Museu do escultor Joaquim Correia. Não faltarei à verdade dos factos se disser que a apresentação do livro ficou a cargo de uma qualificada galeria honoris causa, a que chamarei Os Cinco Magníficos: o presidente do Município, dr. Aurélio Ferreira; o representante da Bertrand, dr. Jorge Garcia  ; a escritora Raquel Varela; a drª Adelaide Franco Mendes, docente de Literatura;  e o super-jubilado do Direito, da Justiça, da Literatura e do Humanismo, dr. Álvaro Laborinho Lúcio, tendo estes dois últimos oradores galvanizado o público com a acurada análise, a um tempo científica e poética, do Canto do Melro.

                                                   


 Nota singular que tornou original e vívida esta apresentação foi a participação directa da assembleia, repercutindo como em dramatização cénica diversas passagens do livro, bem como a enternecedora actuação de dois clarinetes infantis e o virtuosismo da guitarra acústica de um jovem e talentoso artista local.

A todos os generosos intervenientes, quer no Seixal, quer na Marinha Grande, particularmente ao dinâmico Luís Manuel  Silvestre, incansável empreendedor do evento na cidade vidreira – símbolo histórico da  resiliência e do verdadeiro patriotismo telúrico - a minha mais rendida gratidão.

19.Jan.25

Martins Júnior     

 

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