Foi de alvura inteira a
paisagem toda – de corpo e alma – nesse outonal fim de semana no distrito de
Coimbra. AS baladas e guitarras da velha Academia deram lugar aos bandolins das
Tunas emergentes das águas cantantes nas serranias do Açor, à beira-rio,
avistando as cumieiras da Serra da Estrela.
Na Região Centro de
Portugal viu-se a centralidade humaniforme de gerações e territórios. Aconteceu
no auditório da Tuna Penalvense, anfitriã do XX Encontro de Tunas do concelho
de Oliveira do Hospital. Em palco, desfilaram os acordes do quaternário compasso geracional que define o
curso da vida: infância e juventude, maturidade e senectude. Assim mesmo.
Voámos nós da Ilha da
Madeira, desceram outros de Vila Real de Trás-os-Montes e outros ainda subiram
desde o Algarve até à Civitas Splendidissima, onde todos se abraçaram no regaço da
inspiradora Matrona Universal e Intemporal, a Música. Abriu o programa a Tuna
de Câmara de Machico, em cujo elenco primaram a infância e a adolescência
dedilhando a primavera dos sons, seguindo-se a Tuna Panalvense, a anfitriã, a
quem retribuímos a participação dos seus experientes e prestigiados elementos nos
concertos do Centro Cívico-Cultural e Social da Ribeira Seca e do Festival Internacional
de Bandolins no Teatro Municipal “Baltazar Dias”, no Funchal. Encerrou o
espectáculo a nortenha Banda de Vila
Real, mais de uma vintena de músicos sexagenários,
septuagenários e octogenários que brilhantemente demonstraram ao numeroso auditório que a ‘Arte
dos Deuses’ não conhece ocaso, seja qual for a idade dos seus executantes.
No público assistente,
foi notória a presença entusiástica do
Presidente da Càmara Municipal de Oliveira do Hospital, ladeado pela simpática
Vereadora da Cultura e do eloquente Presidente da Junta de Freguesia de Penalva,
os quais provaram ao vivo que o progresso de um povo constrói-se não apenas de obras
megalómanas, betão sobre betão, mas fortalece-se com o cimento anímico do crescimento
cultural, sobretudo na formação musical que educa a sensibilidade e o sonho de uma comunidade saudável.
A visita de estudo, embora
transitória, à “Bobadela Romana” (a
supra-citada Civitas Nobilissima) culminou a viagem do presente a um
passado longínquo proficientemente esclarecida pelo director do museu, que nos
fez regressar à ocupação do território luso pelos Romanos, bem patente no arco
triunfal, na pavimentação das rotas terrestres e na arena circular das lutas dos
gladiadores.
Daqui, irregular e
distante rectângulo insular, o CCCS-RS e a TCM pedem ao imenso azul
Atlântico seja a ponte transportadora do nosso penhorado agradecimento à Tuna
Penalvensee pela mensagem de humanismo e cultura que nos trouxe à Ilhae, com
maior ênfase, pelo carinho e pela
fidalguia com que nos recebeu em sua casa de Penalva.
Se o rio Alva leva
saudades da terra, a Estrela d’Alva ficará sempre a brilhar em todas as manhãs
da nossa memória.
BEM HAJAM !
13.Jan.25
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