Caíu-me em
cima o betão armado
De todas as
lajes de todos os tempos
Do Egipto à
Babilónia
Do Pretório
ao Gólgota
Das fogueiras
do Santo Ofício
Aos fornos
de Auschwitz
Por cada
manhã de páscoa
Noites de gerações
em choro e luto
Por um só
dia no éden de um pai hebreu
O deus dos
exércitos abateu
Em cima de
mim
Milénios de
exílios em campa rasa
Sob os
escombros de Gaza
Ainda estou
aqui refém
Gemendo toda
a dor que a minha pátria tem
Será desta a
hora
De me afastarem
a laje que me sufoca e devora?
Creio mas
não espero
Eu sei
Que há sempre
um Ramsés, Nabucodonosor ou Nero
Para abater-me
nu
Ao atravessar
a primeira rua
Porque Tu
Meu irmão nazareno
ainda não ressuscitaste
Nesta nossa terra
que foi tua
17.Jan.25
Martins
Júnior
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