Neste monte de vendavais em que está
transformada a comunicação, três ápices brilharam no vértice dos
acontecimentos: a escritora lusa MARIA
TERESA HORTA, o imã AGA KHAN IV e, sem
deixar de ser português, o madeirense CRISTIANO RONALDO.
É excedentário ousar
responder à pergunta formulada em epígrafe, até porque toda a resposta
dependerá dos critérios micro ou tele-
-scópicos com que se hão--de olhar os
ilustres ocupantes do pódio glorioso. E por isso, chegaremos à conclusão de que
todos são grandes, cada qual na sua especialidade singular. Mas, por altíssima
que seja a notação atribuída, não estaremos perante o nível de valores de um
país ou de uma região. É a conclusão que a sabedoria popular codificou no
provérbio sobejamente conhecido Uma andorinha não faz o verão.
Para
aquilatar-se cabalmente da escala de valores de um povo, o critério seguro
consistirá na resposta às seguintes questões fulcrais: que consomem os
consumidores? Que vêem os espectadores? Em que crêem os crentes?... Não está em
causa o produtor, não se discute o artista nem a fé do pregador. A lupa está do
lado de fora. Que peso e que medida usa o observador para valorar o
observado?... Em que grau de sensibilidade está o paladar do convidado diante
da especiosa ementa que lhe é oferecida no banquete global?...
Não
será preciso recorrer a sofisticados algoritmos da IA para ver a olho-nu que,
dos três galardoados ora em apreço, foi o mais pequeno de berço, rebento exíguo
de uma exígua parcela entre ilhas e continentes, foi ele, o ‘nosso’ CR7, que a
todos suplantou, no tsunami das estatísticas mundiais: aurora boreal das
intermináveis 24 horas de translação planetária, vulcão sideral cuja lava poliglota inundou montes e vales,
desertos e oceanos, babilónicos jardins
suspensos e ignotos lugarejos da idade da pedra lascada! Venha o nosso épico
quinhentista e acrescente mais um ao Olimpo
dos seus imortais “barões assinalados”.
Adeus,
talentosa poetisa e lutadora pela dignidade das mulheres, nossas irmãs, esposas
e mães! Adeus, generoso imã, benemérito da humanidade! Adeus, adeus, porque
(agora vem Camões) “Outro valor mais alto se alevanta”…
Não
se trata de linguagem hjperbólica o que acabo de escrever. É a fria leitura dos
números. Mais: é a temperatura do barómetro civilizacional do nosso século XXI,
aquele que nós próprios fabricamos e de que somos forçados consumidores.
Estaremos
na rota regressiva da história, aos tempos de anestesia colectiva e
depauperamento psíquico sob a capciosa “tutela” de poderosas forças totalitárias?!...
Assim o imperador romano iludia os súbditos com os famosos panem et
circenses. Assim o salazarismo fascista neutralizava os portugueses com os miraculosos três efes: futebol, fátima e
fado.
Aos
felizes contemplados, merecidos parabéns.
E
um voto: Transforme-se cada um de nós em válido elevador social no barómetro da
civilização a que pertencemos.
07-09.Fev.25
Martins
Júnior
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