quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

O NATAL ESTÁ VELHO – TORNA-O JOVEM!


                                                     

Quantos anos terá feito hoje o Natal? Dois mil e mais, por certo. O que sabe, mesmo certo, é que ele envelheceu, Envelheceu e engordou.  Essa a verdade pura. O Natal está velho e gordo. E tremendamente diabético. Não o vedes?... Aí mesmo à vossa porta, talvez dentro de casa, na rua, nas placas centrais e marginais, nos talhos e mercados, nas rádios,  nas tvês de quanto é canto?... Mas o que é, no mínimo, confrangedor e, no fim, nauseabundo, é vê-lo, o Natal, na ponta do microfone e no linguajar do locutor de turno, a provocar o cidadão comum pela enésima vez: ‘Como é que os  pais e avós faziam a Festa, como era a cozinha, os acompanhamentos, etc.,etc.”. E as respostas, pela enfadonha e enjoativa enésima vez, com ‘a matança do porco, os torresmos, as rabanadas, as tripas, as carnes de vinho e alhos e vinha d’alhos’, tudo a atestar o intestino grosso e as nádegas do  Pai Natal… Falta ainda a pastelaria do velho: o bolo de mel, as pudineiras, as broas, o bolo-do-caco, mais os licores e as macias e os tim-tantum, enfim, uma cisterna velha, onde o velho mergulha e volta a mergulhar até à exaustão e de onde sai bêbedo ou, pelo menos babado. É o natal da publicidade e da ‘canja’ popular. Há quantos anos?! Para dourar a overdose bacanal, lá vem a missa que, ainda por cima, se chama ‘do Galo’! Tudo somado e mutatis mutandis, é o eco tardio de um carnaval dezembrão.
Está mesmo gasto e velho o Natal assim. Quem o põe novo, quem o torna ágil e fresco, como se fora sempre o Primeiro?... Só tu! Só cada um de nós! Como? Percorrendo os trilhos que nos levam à sua nascente original! Repondo a sua essência!
Foi o que tentámos fazer nos nove “meses-dias”  parturientes que antecederam a Grande Notícia do 25 de Dezembro, descrita nos blogs anteriores e plasmada no palco aberto da Ribeira Seca sob o título: Como se Ele nascesse Aqui”!

25.Dez.19
Martins Júnior


2 comentários:

  1. Quisera eu, pesar, pensar, programar, escrever assim tão lúcida e interrogativamente e o Natal, vivido por mim mesmo, seria mesmo muito produtivo e os outros também poderiam aprender alguma coisa mais. Grato.

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