segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

QUANDO O FIM JÁ É O PRINCÍPIO… BEM-VINDOS!


                                                        

Tal como os homens, também os factos não se medem aos palmos. Nem a sua real grandeza terá a medida da sua magnitude sísmica. Valem tão-só pelo muito ou pelo pouco que trazem dentro. Factos, pessoas, datas e coisas – em tudo – tudo está no invisível. E quanto maior a força do invisível mais bela e poderosa será a luminosidade da sua presença.
O ano de 2019, o último desta década, marcou o primeiro de uma renascença das mentalidades. Sobretudo, a nível ilhéu. Porque a mão de alguém desfez em pó o espesso negrume que ocultava aos madeirenses de boa-fé a luz que irradiava num pequeno vale dentro do grande vale de Machico. Alguém soprou o montão de cinzas que cobria o braseiro caloroso e fértil de um povo suburbano, quase rural.
Dezembro, terça-feira, dia 10!
O derradeiro mês do ano velho “virou Janeiro de Ano Novo, aliás, confirmou a viragem histórica já efectuada a meio de 2019. Amanhã, ao abrir da madrugada, o pequeno rincão da Ribeira Seca abrirá as portas da sua sala de visitas para receber o Arciprestado de Santa Cruz e Machico, isto é, todos os sacerdotes párocos das freguesias entre Caniço e Machico. Aparentemente e administrativamente, um acto rotativo e rotineiro que mensalmente passa por todas as circunscrições paroquiais desta área geográfica.
Nada de retumbante e espectacular aos olhos que apenas captam o visível e o aparente. São os que “olham e não vêem”. Mas para quem tem o cuidado de demorar-se um pouco (“o poeta em tudo se demora”) e mesmo não sendo poeta, há-de ler nas entrelinhas do invisível a Saudação que dirijo aos caros colegas visitantes que amanhã farão a sua recolecção mensal em terras da Ribeira Seca, coração dentro do coração de Machico:  
BEM-VINDOS, irmãos de missão e acção, a este vosso templo-presépio que, certamente nunca visitastes, por imposição injusta dos exclusores oficiais,
BEM-VINDOS às portas sempre abertas desta Casa-Comum, morada simbólica da Mãe, Senhora do Amparo, à qual os exclusores e-méritos não deixaram entrar a sua imagem. Entrai sem temor. Entrai pela mão de todo o Amor,
BEM-VINDOS a este “Chão Sagrado, Onde cantámos Vitória” , apesar da ocupação dos agentes da autoridade, durante 18 dias e 18 noites. Entrai. Respirai o ar puro da montanha e a força anímica da Liberdade,
 BEM-VINDOS porque ajudais a quebrar as grades da prisão onde os exclusores sacros nos quiseram manietar, sem o conseguir, pois nos sentimos sempre livres e como tais agimos, enquanto humanos e enquanto cristãos,
…………
Da minha parte, saúdo o Povo da Madeira e Porto Santo, os que olham o invisível, porque sei ser este o seu desejo – a pacificação das comunidades insulares, a libertação das mentalidades e o conforto de caminharmos juntos, em concórdia e júbilo, ao encontro da Felicidade Plena.
Aos dois amigos madeirenses, Padre Tavares Figueira e Padre José Luis Rodrigues (a que junto com toda a ternura o veterano professor, já falecido, Padre Alfredo Vieira de Freitas) eles, pedras de alicerce da nossa comunidade pelo apoio  e pela corajosa presença que nunca negaram ao Povo da Ribeira Seca.
Ao Senhor Bispo do Funchal – BEM-VINDO! – permita-me, em síntese, citar Paulo de Tarso, ressalvadas as legítimas assimetrias: “Por um só homem entrou a condenação no mundo. E por um só Homem entrou a salvação no mundo”!
Não fora o Segundo homem e a condenação do mundo pairava sobre esta comunidade… Só que a condenação dos homens significava para nós a Salvação de Deus!

09.Dez.19
Martins Júnior



1 comentário:

  1. Como eu, mesmo de longe, vivo esse clima de felicidade e alegria cristã, vividas sob a égide da Senhora do Amparo. Sinal messiânico de uma Igreja que se renovou e fez renovar. Um abraço a todos.

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