Embora seja amanhã o 1º Domingo do Advento, ocorre
também o 241º aniversário natalício de Francisco Álvares de Nóbrega, poeta-filósofo,
nascido em Machico em 30 de Novembro de 1773 no sítio dos Moinhos, hoje sítio
da Graça, e morto em Lisboa, após trágico cativeiro na Cadeia do Limoeiro pela
Inquisição, como referi no meu anterior
blog. Porque vejo nele o maior expoente deste concelho e um dos mais exímios
sonetistas portugueses --- sendo até
cognominado de “Camões Pequeno” --- por isso, peço-lhe reverente licença para
dedicar em verso esta modesta homenagem.
Entre céu e mar e terra
Seu berço foi
A graça infante nascida
Na “Graça dos Moinhos”
Juncou de azul e sal e guerra
Os teus caminhos
E porque não tem pátria a Ideia
Apátridas foram os dias intemporais
As longas nocturnas espirais
De luta e agonia
Com que a ilha madrasta
Avara e nefasta
Te cobriu
Desde a ribeira-rio
Onde nasceste
Até ao Tejo amaro
Onde sofrido morreste
Taumaturgo do
verbo
Da tua prisão
Fizeste a tua e a nossa liberdade.
Irmão de Bocage e Camões
Quebraste os grilhões
Onde outros algemam a Verdade
Longe da terra e dos teus que já não
tinhas
Deixaste sereno a vida ingrata
E sepultaste o monstro antigo
De vis garras mesquinhas
Hoje voltas de novo
Belo, firme, vertical
Bradando a céus e mar e terra
Deste teu berço
Canto imortal
29.Nov.14
Martins
Júnior
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