sábado, 13 de dezembro de 2014

DIA DE FINADOS E DIA DE NATAL Na Assembleia Regional da Madeira


Não é do meu gosto  escrever sobre as águas residuais, muito menos daquelas que escoam das políticas  mal cheirosas cá do sítio, já porque delas estão cheias os bidões da tinta impressa diariamente, já porque cada vez mais me convenço que estes esgotos não se limpam com paliativos de letra, mas com uma forte bombada de lixívia  anti-tarro velho. É nossa essa tarefa. De todo o povo esclarecido.
Mas hoje não podia deixar de assinalar o verdadeiro dia útil daquela inútil arrecadação que dá pelo nome de Assembleia Regional da Madeira. Esse, sim, dia “Ímpar”. o encerramento do debate do Plano e Orçamento para 2015,  anteontem .realizado. Curvo-me perante a dignidade e a verticalidade de toda a Oposição e repugna-me a maioria daquela maioria de sempre ( agora sovada e sem pio, porque dividida) e que, cega e surda, fica embasbacada perante o  “testamento vital” do ex-futuro exilado daquela casa. Segui-o, via RTP/M, coisa que nunca tinha feito, e fi-lo na esperança de lobrigar alguma luz de decência ao fundo de trinta seis anos e tal. Afinal, a mesma imundície da cabeça aos pés, isto é, desde o primeiro dia que lhe conheci naquela que ele transforma em caserna de um qualquer Biafra: a falta de nexo na conversa, a perda de rumo no discurso, a estafada “secreta triangular”, com a maçonaria à cabeça, seguida de uns rasgos lunáticos à espera que a Oposição reaja para lhe dar mais” guita”: depois, despe-se do verniz mínimo e aparece Gringo e Adamastor (pensa ele) e vocifera, espuma, esbraceja como um doido.
Doeu-me até à medula ver os esgares e os palavrões contra Edgar Silva, insultado por ter sido o primeiro na Madeira a insurgir-se contra os exploradores da pobreza infantil e da dignidade moral dos chamados “miúdos das caixinhas”. Só visto, contado ninguém acredita! Só eu sei o quanto de humilhação selvagem sofri no  antro do ex-futuro banido daquela tribuna, até ao ponto de me expulsarem da Assembleia por ter denunciado veementemente o roubo das pratas, essa tragicomédia que os DDT, os donos de tudo isso, da ALR, bem sabem onde param. Mas se muito deram,  mais apanharam, sobretudo naquele dia em que o Tribunal do Funchal deu razão à minha denúncia. e, subsequentemente, de cravo vermelho na lapela subi de novo  ao alto da tribuna diante daqueles que de lá me tinham expulsado.
O que fortemente me arrepiou foi ver o mais insolente caluniador e mais agarotado elemento daquela casa terminar o viscoso “testamento vital” citando o Evangelho de São Mateus, referente ao Juízo Final. Blasfemo! Não admira tamanha desvergonha da parte de quem deve tudo à Igreja do Paço episcopal,, aos bispos que o puseram no palanque e lhe tributaram idolátrica subserviência, a troco de uns pós de cimento e de uns órgãos para as igrejas.
Ele bem podia apostrofar (já que se pôs no trono do Eterno Juiz) com casos bem conhecidos seus:  ”Afastai-vos de mim, malditos, porque apenas engordastes os vossos amigos e serventuários… Afastai-vos, vós que vos banqueteastes e embebedastes em jarros de cristal à custa dos que passavam fome e sede… Afastai-vos, vós que decretastes a prisão de inocentes e protegestes criminosos do vosso partido… Afastai-vos”.
E afastado está, ao menos daquele púlpito. Dali já não sairá mais poluição. Nas minhas intervenções  sempre afirmei que, em termos de educação e civismo, o legado oficial deixado  aos jovens de hoje e de amanhã é  mais negro que o betuminoso das vias rápidas e mais sufocado que os vangloriados túneis sem luz ao fundo.
Podia continuar, mas deixai-me ficar por aqui. E logo concluireis do porquê de não querer falar das águas residuais cá do burgo. Tenho muito que contar. Talvez um dia!
De qualquer maneira, salvè o dia 11 de Dezembro de 2014, com a sua brilhante e contraditória simbologia: dia de finados para o obscurantismo despótico e dia de Natal para um Ano Novo parlamentar.
13.Dez.14
Martins Júnior

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