Nos intervalos do clamor que ecoa angustiante
por todos os poros do planeta, ninguém levará a mal se me deixar varrer por
instantes numa outra poeira (que não a do deserto que por aí anda) poeira
batuqueira, marca ‘madeibrasilês’ em que toda a ilha está envolvida e que toma
o embriagante rótulo de carnaval. Mais plumas e mais espáduas, mais lantejoulas
‘bacanas’ e ‘semi-eixos flutuantes’- o efeito
directo é um directo voo à fotocópia carioca, salvo raras excepções em que se
aguça a criatividade, de onde emerge, diverte e afirma a originalidade. mais
local que regional. Machico primou por apresentar-se nas ruas da cidade com
esta desinibida expressão, retinta de humor e amor à terra, em defesa de
valores ecológico-sociais, à mistura com gargalhadas carregadas de sentidos
múltiplos.
Transcrevo
hoje a ‘mensagem’ positiva da trupe do CCCS-RS, com música, letra e coreografia
originais, subordinadas ao tema em epígrfe:
REFRÃO
Olh’`a crise
Está chegando
Olh’à crise já chegou
Vai-te à crise
Que está apertando
Contra a crise
Eu vou, eu vou
Contr’aos
barões, marchar, marchar
Mundo novo é a nossa canção
Terra nova é o nosso ideal
Contra a crise haja vida e acção
É a canção do nosso carnaval
(É
divertido o solo do ‘rapper-manager’ da
trupe que, do alto do camarim móvel, alerta para a ‘rataria’ travestida de
laranja que “ataca a semilha de toda a ilha e, por isso, não escapa nada. A
terra ‘tá tremida, a Madeira ‘tá roída). Ridendo,
castigo mores – já dizia o velho sábio latino.
19.Fev.23,
Domingo de carnaval
Martins
Júnior
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