Que sina ingrata marcou os descendentes filhos do Janeiro de ano novo! Não lhe bastou ao bastardo Fevereiro ver-se amputado de menos três dias entre Janeiro e Março, como ainda sem piedade amaldiçoaram-no as cegas magmas planetárias da profundidade, por um lado, e a barbárie assassina dos humanos, por outro.
Hoje,
fez-se silêncio na Ribeira Seca. O carrilhão sonoro recusou-se, envergonhado, à
aparição da sua alvorada mensageira das boas-novas. Não lho permitiu Fevereiro amargo
o habitual cantar matutino. Foi o 23 da guerra putina, em 2022, a que se
juntaram, este ano, os tenebrosos sismos na Turquia e na Síria. Foi o 20 de
2010, na Madeira, com as tremendas aluviões que viraram o Funchal do avesso.
Embora
sem as dimensões catastróficas citadas, mas – mutatis mutandis, considerando
os parcos limites da Ilha – com idêntica criminalidade invasora pelo conluio
das duas forças regionais superiores (a Igreja e o Governo, à revelia da Lei) a
pobre e inofensiva Ribeira Seca, vista agora à distância de 38 anos, foi a
Ucrânia antecipada, invadida pela ‘Federação Russa’ capitaneada por um outro
Putin e um outro patriarca Kirilos, travestido de bispo católico regional. As
atrocidades e os roubos então perpetrados por ordem das autoridades são
sobejamente conhecidas, não obstante a indiferença da comunicação social
insular.
Aconteceu
em 27 de Fevereiro de 1985. O Povo não esquece jamais. Levou o ‘caso’ mais
além, numa bem sucedida exposição na
Casa-Museu de Serralves, Porto, com uma inspirada composição escultórica do
conceituado artista Rigo (Ricardo Gouveia). No ano transacto, tivemos a honrosa
visita na Eucaristia festiva, celebrada pelo Bispo de Madagáscar, um ilustre
madeirense radicado naquela ilha missionária.
Para que o mundo não esqueça! Porque depois de
Fevereiro amargo veio Março – Março maçargão que, em 18, nos devolveu a razão!
27.Fev.23
Martins
Júnior
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