Pelo
sonho é que vamos - disse ele, o jovem sonhador Sebastião da Gama. E pelo
carnaval também – dizemos nós durante estes fugazes três dias de saudável
catarse.
Porque
carnavais há muitos. Como os chapéus. Desejável
até seria que fossem tantos quantos as cabeças, os troncos e membros de cada
folião que habita dentro de cada um de nós, marchantes-à-força nos ‘sambódromos’
da vida. Precisamente por isso, os corsos carnavalescos não deveriam obedecer a
figurinos estandardizados e a estereótipos importados. A originalidade criativa
e a identificação com a idiossincrasia popular de cada lugar é que têm
prioridade sobre qualquer outra imitação, por mais envernizada e emplumada que
se apresente.
Certos
desfiles dão-nos a impressão de que os protagonistas são os espectadores e não
os actores. Tudo é feito para fora (por isso se lhes dá o nome de forasteiros)
em vez de assumir-se como uma emanação telúrica de um povo, da sua capacidade estético-satírica.
Aprecio imenso os cortejos de cada terra, os endémicos, ricos dessa
produtividade singular, diversa de todas as outras. Costuma dizer-se que em 1500 colonizámos o Brasil; agora é o
Brasil que nos coloniza a todos com novelas. E com carnavais, acrescento eu. Até nas próprias músicas,
tiradas à fotocopiadora. Enfim, cada um “abana o capacete” como quer. É a
liberdade que se aparenta, mesmo que se a não tenha.
Pela
nossa parte, CCCS-RS, Centro Cívico-Cultural e Social da Ribeira Seca, apresentámos
música e letra originais, (tentando um ‘mix’ entre os ritmos-samba e a vivência
local Machico/Madeira) com uma dedicatória muito nossa: Homenagem ao grande
artista, cantautor MAX, no 1º centenário do seu nascimento que ora se festeja.
Juntou-se o refrão à voz do próprio MAX, Rei do Carnaval, interpretado
cenicamente na plataforma rolante. Jovens e adultos deram corpo à ideia que
marcou todo o cortejo, pelo humor, frescura e simplicidade.
Aqui
ficam alguns excertos mais representativos, com agradecimentos à Câmara
Municipal, promotora do evento, e aos vários colaboradores particulares.
Domingo próximo, o CCCS-RS estará no Santo da Serra, assinalando desde logo a
gentileza da Casa do Povo local.
13.Fev.18
Martins Júnior
Sem comentários:
Enviar um comentário