Foi
minha a opção de agregar os três dias ímpares, 21-23-25, pelo ‘espanto’ que me
causou o que considero uma não-notícia: a aprovação de uma candidatura à
aquisição e aprofundamento de conhecimentos, a que se dá a classificação
académica de Doutoramento.
Não obstante o caracter coloquial desde
espaço comunicacional, jamais ousaria ocupá-lo com um episódio do meu foro particular,
não fora o ‘alarme’ da Prof. Dra. Raquel Varela que incendiou a opinião
pública madeirense e, daí, os principais órgãos de comunicação regional.
Serve,
pois, este breve, mas reflectido, intercâmbio para expressar a minha gratidão a
todos quantos, amigos e amigas, têm manifestado o seu regozijo, que eu
interpreto como estímulo `à concretização de um objectivo que vem de longe,
mais precisamente, no ano lectivo 1979-1980, em que tive de
interromper o curso de Direito na Universidade de Coimbra, em virtude do
preenchimento de centenas, talvez milhares,
de peças instrutórias de processos para remissão de colonia, solicitadas pelos caseiros da Ribeira Seca, de
todo Concelho de Machico e de outras localidades que recorriam à minha
colaboração, uma tarefa que se prolongou por vários anos.
Transpostos os 53 anos de actividades
múltiplas, prioritariamente ao serviço da
Ribeira Seca, bateu-me à porta a voz do “Príncipe da Língua Portuguesa”:
Só
existimos naquilo que se faz. Nos dias em que.
nada fazemos, não vivemos, apenas duramos.
E tomei a decisão: No pouco menos que
muito que me resta, não quero durar, quero viver. Para isso, o segredo é fazer.
Não com aquela força braçal da juventude nem com a versatilidade polícroma dos
dias estivais, mas no aprofundamento dos saberes e sentires. Porque para a
grande viagem não levarei – ninguém levará – ouro nem prata, nem coroas nem
comendas, muito menos terras e cheques. Só o pensamento, o conhecimento, o
espírito. Tal como o sábio filósofo que, na praia onde choravam clamorosamente
todos os sobreviventes do navio naufragado, ele – o único – revestido apenas da
pele com que tinha nascido, saltava de encantamento, bradando: Omnia mecum
porto! – Não perdi nada, Trago tudo comigo!
O prazer de viver, enquanto alegria de
servir – na esteira de Rabindranah Tagore – é o que tentarei realizar se a tanto me
ajudar este corpo que me transporta.
E muito me ajuda – e quanto agradeço –
o vosso estímulo.
21-23-25.JUL.23
Martins Júnior
Um abraço fraterno com o desejo que tenhamos por muitos anos a partilha da sua vida querido Padre Martins Júnior ... verdadeiramente vivida .Em testemunho que nos transmite força!
ResponderEliminarParabéns.....Só esperava isso do senhor! Um belo exemplo devida!
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