Tem
palco… enorme, aerodinâmico, espectacular?... Tem. E tem artista, conjunto,
quantos’… Sim, muitos! E gente, adrenalina, barulho?... Ah, isso é o que menos
falta. E dinheiro, lucro, retorno,?... Também, tudo previsto, um sucesso.
Escuta, só mais isto: as televisões, os jornais também vão?... Claro, milhares!
Não há outro Manual
Didáctico-Prático para as ambições de liderança na era em que vivemos: o
sucesso a qualquer preço, a barafunda anestésica, o assalto às redes sociais,
os campanários campanudos, os milhares e milhões aos turbilhões, tudo quanto
tome conta do espectador próximo ou longínquo. Desde os projectos minimalistas
dos arraiais de aldeia e dos híper-festivais tecno-comerciais e
pseudo-confessionais até à projecção maximalista das campanhas eleitorais e da conquista
do poder.
Trata-se
da ‘Tempestade Perfeita’, da Invasão Perfeita, do Estupefaciente Perfeito.
Diria que não há nem nunca houve outro GPS para alcançar as rédeas do Império.
Seja o das massas acéfalas, submissas aos mais insustentáveis estímulos pavlovianos, seja o dos líderes
feirantes de mil tons epidérmicos, sejam quais e tais, o que importa é a
monumentalidade sonante do espectáculo ruidoso.
Sempre
foi assim, disse. Mas recuo, para monitorizar no percurso da humanidade
excepções que chegaram até aos nossos dias. Convido a leitura do texto que faz
parte deste fim-de-semana. Vem no LIVRO, mais precisamente, I Livro dos Reis 3,
5.7-12. Na investidura de Salomão para o trono do Povo Hebreu, o Senhor Deus
Iahveh deu-lhe a oportunidade de pedir o que quisesse para o pleno sucesso da
sua governação.
E Salomão implorou:
DAI A ESTE VOSSO SERVO UM CORAÇÃO
INTELIGENTE PARA SABER DISTINGUIR O BEM DO MAL, POIS QUEM PODERIA GOVERNAR ESTE
POVO TÃO NUMEROSO?!
A resposta foi directa, imediata:
PORQUE NÃO ME PEDISTE VIDA LONGA NEM RIQUEZA
NEM A MORTE DOS TEUS INIMIGOS, MAS A SABEDORIA PARA PRATICAR A JUSTIÇA, VOU
SATISFAZER O TEU DESEJO. DOU-TE UM CORAÇÃO SÁBIO E ESCLARECIDO, COMO NUNCA
HOUVE ANTES DE TI NEM HAVERÁ DEPOIS DE TI”.
Perante o desconcerto do mundo que
atinge o cerne das lideranças regionais ou internacionais, indivíduos, instituições, sociedades inteiras
– as apoteóticas e opadas manifestações ditas religiosas não fogem ao estilo –
o Código de Justiça do Rei Salomão põe-nos em sentido. E faz-nos interrogar urbi et orbi:
Que vos faz correr, pretensos líderes
dos nossos tempos?
29-30.Jul.23
Martins Júnior
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