De
que estarão cheios os céus e as terras de Portugal senão da estadia do Ppa
Francisco até 8 de Agosto de 2023, segundo
alguns cronistas, o maior acontecimento mundial, alguma vez realizado neste
país ?! E é dele que se enche todo o universo comunicacional que nos domina. E
lá vamos nós envolvidos na mesma onda de euforia e quase deslumbramento.
É numa atmosfera de braseiro faminto
que se revolve o nosso planeta, África, Austrália, Califórnia, Grécia perto de nós, Itália que faz o Papa ‘fugir’
para Portugal, enfim, o mundo em combustão sem freio. Às labaredas vulcânicas
juntam-se os furores humanos explodindo enxofre e sangue por onde passam, A Ucrânia é a cratera mais visível.
Vem o Papa Francisco a Portugal e,
antes que cá chegasse para inaugurar os 3,5 Kms do “maior mural do mundo”, aí, Cascais lança o
pré-aviso das chamas que exigiram um batalhão de soldados da paz, aviões,
viaturas de combate. Sem premonições, mas de pura coincidência, aí, em Cascais,
cujo presidente, de entre os 2 milhões e meio orçamentados, destacou meio
milhão de euros só para os paramentos do Papa e Bispos concelebrantes!!!
Ao lado da invasão pacífica do milhão
e meio de jovens à zona ribeirinha que a transformarão num super-Tejo das
Nações, anunciam-se cercos urbanos, tipologia
cordões
sanitários, na periferia papal, com singular predominância das forças de
segurança, PSP, GNR, Guardas Prisionais, Guarda Marítima, a cujo concerto não
faltarão certamente professores, médicos, enfermeiros e farmacêuticos, ferroviários,
migrantes, reclusos, enfim, todos ajoelhados, perfilados, afervorados, em redor
de Cristo reincarnado na pessoa do argentino Bergoglio.
Para todos terá o Papa de Roma uma
palavra de conforto, em duplas tonalidades. Para casos como as alterações
climáticas, empunhará as agulhetas de bombeiro contra os perfuradores dos
buracos negros. Para os clamores das vítimas do tráfico humano em Odemira, erguerá
a voz de Moisés no Monte Sinai incendiando e iluminando a inconsciência dos exploradores,
como fez em Lampedusa. Para os trabalhadores indiferenciados, os idosos sem voz
por uma reforma digna, , os jovens casais sem hipótese de comprar/arrendar casa,
o Papa ampliará a chama dos seus queixumes. Mas para os agiotas, especuladores
da banca, dos paraíses fiscais, para os xenófobos – sem nunca lhes citar os
nomes corporativos – que estatuto usará desde o alto de uma cátedra de milhões
arrancados aos frágeis orçamentos familiares: de incendiário ou de bombeiro?!
E quanto louvará a perspicácia dos
portugueses em proporcionar-lhe o cardápio-espectáculo das mazelas nacionais, à
boleia dos jovens da JMJ!
17.Jul.23
Martins Júnior
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