Numa
Europa de contrastes, enquanto os franceses acabam de festejar a tomada da Bastilha, no histórico 14 de Julho
de 1789, símbolo das conquistas das modernas democracias, assiste-se ao maior
atentado à dignidade humana quando o regime putinista recorre ao mais cínico
instrumento de tortura para fazer valer a sua sede de domínio no mundo – o garrote da fome, matar
por inanição.
O contraste é tanto mais gritante ao
contemplarmos os ondulantes trigais ucranianos
pedindo ao vento que os leve à mesa dos famintos, para consubstanciarem-se com o
corpo e o espírito dos humanos. E o lobo exterminador, insatisfeito com as suas
frustrações na arena da chacina interna,
vinga-se nas vítimas longínquas, indefesas e que nada têm a ver com os territórios
e com os instintos sanguinários do predador.
Diante da generosidade benfazeja dos
solos da Ucrânia oferecida ao mundo inteiro, excede os limites da sensibilidade
mais empedernida ver o poder execrável
de alguém que da terra arável faz betão sulcado de espinheiros e as promessas
de pão fresco transforma-as em pedras tumulares.
Quando acabará a raça dos assassinos à
solta?
Com que pão fabrica as hóstias o
Patriarca Kirilos? Com granadas de mão ou com pólvora roubada aos infernos?
Solos
ardentes da Ucrânia, estremecei e soltai-vos!
Bocas
famintas de todo o mundo, uni-vos, gritai até abalar as profundezas e fazer
correr em catadupas os rios de trigo puro, presos às fauces dos monstros
predadores!
17-18.Jul.23
Martins
Júnior !
Parabéns..... Eloquência (Padre Vieira)É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e, quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela tempestade terrestre que leva os campos, as casas, as vilas, os castelos, as cidades, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras. É a guerra aquela calamidade composta de todas as calamidades em que não há mal nenhum que ou se não padeça, ou se não tema, nem bem que seja próprio e seguro: - o pai não tem seguro o filho; o rico não tem segura a fazenda; o pobre não tem seguro o seu suor; o nobre não tem segura a honra; o eclesiástico não tem segura a imunidade; o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus, nos templos e nos sacrários, não está seguro.”
ResponderEliminarSermão histórico e panegírico nos anos da Rainha D. Maria Francisca de Sabóia, 1668
Autoria: TVCultura