terça-feira, 18 de julho de 2023

“HOMO LUPUS LUPIOR” – UM HOMEM PIOR QUE UM LOBO PARA OUTRO HOMEM

                                                                              


        Numa Europa de contrastes, enquanto os franceses acabam de festejar a  tomada da Bastilha, no histórico 14 de Julho de 1789, símbolo das conquistas das modernas democracias, assiste-se ao maior atentado à dignidade humana quando o regime putinista recorre ao mais cínico instrumento de tortura para fazer valer a sua sede de  domínio no mundo – o garrote da fome, matar por inanição.

          O contraste é tanto mais gritante ao contemplarmos os ondulantes  trigais ucranianos pedindo ao vento que os leve à mesa dos famintos, para consubstanciarem-se com o corpo e o espírito dos humanos. E o lobo exterminador, insatisfeito com as suas frustrações na arena  da chacina interna, vinga-se nas vítimas longínquas, indefesas e que nada têm a ver com os territórios e com os instintos sanguinários do predador.

          Diante da generosidade benfazeja dos solos da Ucrânia oferecida ao mundo inteiro, excede os limites da sensibilidade mais empedernida ver o poder  execrável de alguém que da terra arável faz betão sulcado de espinheiros e as promessas de pão fresco transforma-as em pedras tumulares.

          Quando acabará a raça dos assassinos à solta?

          Com que pão fabrica as hóstias o Patriarca Kirilos? Com granadas de mão ou com pólvora roubada aos infernos?

         

          Solos ardentes da Ucrânia, estremecei e soltai-vos!         

Bocas famintas de todo o mundo, uni-vos,  gritai até abalar as profundezas e fazer correr em catadupas os rios de trigo puro, presos às fauces dos monstros predadores!

 

17-18.Jul.23

Martins Júnior !

1 comentário:

  1. Parabéns..... Eloquência (Padre Vieira)É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e, quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela tempestade terrestre que leva os campos, as casas, as vilas, os castelos, as cidades, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras. É a guerra aquela calamidade composta de todas as calamidades em que não há mal nenhum que ou se não padeça, ou se não tema, nem bem que seja próprio e seguro: - o pai não tem seguro o filho; o rico não tem segura a fazenda; o pobre não tem seguro o seu suor; o nobre não tem segura a honra; o eclesiástico não tem segura a imunidade; o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus, nos templos e nos sacrários, não está seguro.”

    Sermão histórico e panegírico nos anos da Rainha D. Maria Francisca de Sabóia, 1668

    Autoria: TVCultura

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