Fechou-se
o pano, apagou-se a ribalta: para a adrenalina imberbe das nações, para a
avidez faminta dos ‘media’, para as
ânsias de popularismo dos que habitam pódiuns presos pelos arames do voto. E
também para a tiara imperial do Vaticano.
Fechou-se, digo, mas logo corrijo.
Agora é que tudo começa. Os fogos fátuos da JMJ terão agora a prova de ouro da
sua existência original. Daqui em diante
é que se abre a validade garantida de um acontecimento quaternário. Até 2027,
pelo menos, figurarão em hasta pública os axiomas, as frases out-door, a eloquência salvífica do Papa de Roma, a
originalidade (outros chamarão axcentricidade) dos seus oito discursos em
proferidos urbi et orbi.
FRANCISCO PAPA bem poderia repetir o
que, pela boca do profeta, disse Iahveh, há
séculos e que nos são propostas
para este início de Agosto no LIVRO de ISAÍAS, 55,1-3:
Vinde às águas, mesmo que não
tenhais dinheiro, vinde, vós que esgotastes o vosso dinheiro naquilo que
não sacia nem alimenta. Vinde, escutai-me e comereis o que é bom, saboreareis
manjares suculentos.
Há quantos séculos brota a água gratuita da Palavra que redime e salva!
Confidenciava-me, anteontem, um colega
sacerdote: Porque um Papa proferiu certas máximos e defendeu certos princípios
e as multidões, os jornais, as televisões colocam-no nas alturas. E eu, que
digo o mesmo e luto dia-a-dia, durante vinte anos, pelas mesmas causas, sou
criticado e posto à margem das hierarquias e da opinião pública…
HOMENAGEM à coragem do Papa Francisco.
E a todos, os de longe no tempo e no espaço, e os de perto, aqui em Portugal
Continental, aqui nas ilhas, também na Madeira, têm pugnado pelos mesmos
ideais. E sempre têm conhecido o prémio da perseguição e do ostracismo. Não têm
palco nem Império para fazer sentir o brilho da sua palavra e o testemunho da
sua acção.
Trago hoje a gravura do Courrier
Internacional, publicado há quase dez anos, pouco após a eleição de Jorge
Bergoglio para a cátedra de Roma, “Um Papa de Inferno”. Utilizei-a numa
palestra feita aos alunos de algumas turmas da Universidade da Madeira, onde explanei
a mesma ´tese´ que acabo de descrever sucintamente, mas proponho como ponto de
reflexão.
Que a presença de Francisco em Portugal
reacenda a chama do Espírito de Renovação Global, a começar por cada um em
particular.
5-6. Ago.23
Martins Júnior
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