domingo, 6 de agosto de 2023

O PODER INTEMPORAL DA PALAVRA !

                                                                             


        Fechou-se o pano, apagou-se a ribalta: para a adrenalina imberbe das nações, para a avidez faminta dos ‘media’,  para as ânsias de popularismo dos que habitam pódiuns presos pelos arames do voto. E também para a tiara imperial do Vaticano.

         Fechou-se, digo, mas logo corrijo. Agora é que tudo começa. Os fogos fátuos da JMJ terão agora a prova de ouro da sua existência original. Daqui  em diante é que se abre a validade garantida de um acontecimento quaternário. Até 2027, pelo menos, figurarão em hasta pública os axiomas, as frases out-door,  a eloquência salvífica do Papa de Roma, a originalidade (outros chamarão axcentricidade) dos seus oito discursos em proferidos urbi et orbi.

         FRANCISCO PAPA bem poderia repetir o que, pela boca do profeta, disse Iahveh, há   séculos  e que nos são propostas para este início de Agosto no LIVRO de ISAÍAS, 55,1-3:

         Vinde às águas, mesmo que não tenhais dinheiro, vinde, vós que esgotastes o vosso dinheiro naquilo que não sacia nem alimenta. Vinde, escutai-me e comereis o que é bom, saboreareis manjares suculentos.

           Há quantos séculos brota a água gratuita da Palavra que redime e salva!

         Confidenciava-me, anteontem, um colega sacerdote: Porque um Papa proferiu certas máximos e defendeu certos princípios e as multidões, os jornais, as televisões colocam-no nas alturas. E eu, que digo o mesmo e luto dia-a-dia, durante vinte anos, pelas mesmas causas, sou criticado e posto à margem das hierarquias e da opinião pública…

         HOMENAGEM à coragem do Papa Francisco. E a todos, os de longe no tempo e no espaço, e os de perto, aqui em Portugal Continental, aqui nas ilhas, também na Madeira, têm pugnado pelos mesmos ideais. E sempre têm conhecido o prémio da perseguição e do ostracismo. Não têm palco nem Império para fazer sentir o brilho da sua palavra e o testemunho da sua acção.

         Trago hoje a gravura do Courrier Internacional, publicado há quase dez anos, pouco após a eleição de Jorge Bergoglio para a cátedra de Roma, “Um Papa de Inferno”. Utilizei-a numa palestra feita aos alunos de algumas turmas da Universidade da Madeira, onde explanei a mesma ´tese´ que acabo de descrever sucintamente, mas proponho como ponto de reflexão.

         Que a presença de Francisco em Portugal reacenda a chama do Espírito de Renovação Global, a começar por cada um em particular.

 

5-6. Ago.23

Martins Júnior

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