Penetrando e
divagando no dentro do 29 de Fevereiro, uma abstracção concebida desde o ano 48 a.C. pelo calendário do Imperador
romano Juliano, que mais não é que um
acerto de contas, juntando num só dia, o 29, as horas correspondentes a cada
ano solar (ano trópico) conjugado com
o movimento de translação da Terra.
Eis-me
pisando a ponte romana
Mais
uma
Em
quatro anos de luta insana
Construída
Outros
sóis e outras luas
Moveram
a terra e a vida
Para
guardá-las compactas cerzidas
No
milenar imaginário
Tabuleiro
De
um quadrilátero fevereiro
Mais
que dádiva do calendário
É
banco de horas baía de marés
Que
eu sinto percorrer
Debaixo
dos meus pés:
Poemas
adiados
Sonhos
inacabados
Montanhas
e oceanos
Que
os “julianos” ponteiros
Da
ampulheta do tempo
Prenderam
em quatro anos
Para
doá-los hoje no texto
Branco
breve e bravo
De
um vinte e nove bissexto
Quisera
eu percorrê-lo com o afã
Da
grande maratona
De
cada nova manhã
Quisera
eu preenchê-lo
Dos
vazios que ficaram
No
atropelo
Dos
dias fugazes
Sem
retorno
Quero
mais:
Quero
as horas os minutos
Dos
dias seguintes
Plenos
ardentes arfantes
Dêem-me
os instantes
Meus
Sem
cofres nem juros
Quero
presentes os dias futuros
Comidos
bebidos
Consumidos
no ritmo-poeta
Da
genesíaca rotação do planeta
Cada
dia quero-o todo inteiro
Dispenso
o vinte e nove de fevereiro
29.Fev./1.Mar.16
Martins Júnior
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