Inclina
o rosto sobre a areia que demarca a fímbria do mar. Com a ponta do dedo desenha
um círculo. Enche-o de cravos vermelhos. Depois, faz de cada corola um acorde e de cada pétala
uma voz suave e plena, caída do ar que respiras. Aí tens Abril em Machico, no
paralelo maior que o atravessa – o 25!
Se
quiseres, pega no círculo, do tamanho de um punho fechado, e amplia-o, fá-lo
crescer até ficar igual ao globo terrestre. Fica com a certeza, porém, que pode
vir o mar em maré cheia, vaga sobre vaga … e não haverá onda capaz de apagar a obra de arte que desenhaste na areia.
Foi
assim o Dia Memorável do ano 42 transcorrido e transcrito na concha azul da nossa baía!
A
zona ribeirinha abriu os braços e apertou ao peito gentes das cinco freguesias do
concelho, de todas as idades e de todos os desejos libertadores, de ontem, de
hoje e de amanhã. No chão antigo, na copa das árvores seculares, na brisa
marinha e, sobretudo, no brilho dos olhos, regurgitavam canções da Primavera
dos Cravos, desde a “Grândola-Vila Morena” até ao “Machico-Terra de Abril”.
Viu-se, ouviu-se, sentiu-se Abril em
terras de Tristão Vaz!
E
tanto basta, para dispensar palavras que, mesmo as não usadas, seriam palavras
gastas. Deixem que eu me perca e sonhe como uma criança no berço de outrora. O
berço que, juntos, fizemos! Que Machico construiu!
Ó Terra Nova, raiz de um mundo novo
Gente de luta mas formosa e gentil
Tu serás sempre a voz do nosso Povo
Machico sempre - sempre Terra de
Abril
25.Abr.16
Martins Júnior
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