Se alguma vez se pôde chamar ´”impar” a um dia
do calendário, hoje foi. Foi o 3 de Fevereiro, ímpar na ordem cardinal e super-ímpar
na alma que lhe deu corpo! Em redor da mesma mesa, 60 anos cronometrados viajaram
com a leveza de um voo fraterno, ora rompendo clareiras nas alturas, ora
baixando, rasante, ao chão do quotidiano, mas sempre com a procura da verdade
no horizonte maior. Entre os 27 e os 87 anos de idade, do mais jovem ao menos
jovem, ali ficámos, os cinco, degustando com a ementa do almoço “a esperança”
que é nossa, contra o “medo” que vem de fora.
Ali precisamente, ao vivo e em franca
confraternização, foi um dom inestimável ter ao nosso lado os autores dessa sábia “Summa Sociológica” – DO MEDO À ESPERANÇA – o psiquiatra e
psicanalista Prof. Coimbra de Matos e a historiadora Prof.ª Raquel Varela. Com
a franqueza mais saudável e sem plano pré-estabelecido, as páginas do livro
ganharam sonoridade na voz e brilho no
olhar dos seus ‘progenitores’. Filosofia, medicina, saúde, arte, questões
laborais, religião, eutanásia, afectividade,
pedagogia, políticas da inclusão e da exclusão, a nível nacional e internacional
– tudo isto e muito mais, temperado com o néctar da amizade, enriqueceu e
sublimou as iguarias que a anfitriã preparou com o requinte e o carinho que se
lhe reconhecem.
Os contributos da psicologia e da economia, proporcionados pelo
especialista José Paz e pelo mais jovem convidado, alargaram as dimensões
daquela prestimosa mesa comum. Assimilar e interiorizar a ciência acumulada e o
“saber de experiência feito” de um veterano “senador da psique humana”, o Prof.
Coimbra de Matos – a frescura do seu humor
livre, sem pregas - é algo que jamais se esquece, porque faz-nos “ver” e concluir que aos 87 anos seremos
sempre jovens.
Pela minha parte, à definição “DO MEDO À
ESPERANÇA”, ajuntarei e interpreto este ‘dia ímpar’, 3 de Fevereiro, como a
ponte entre a expectativa e a realidade – a concretização de um desiderato que já
vem de longe. Bem hajam!
03.Fev.17
Martins
Júnior
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