Três
dias do carnaval não são os mais convidativos a leituras profusas e confusas.
Às difusas, talvez, aquelas que saltitam diante dos nossos olhos, mirones do quotidiano. Nesta leitura difusa
posicionam-se, de imediato, as piruetas dos cortejos que percorrem as ruas de
cidades e aldeias, num enorme leque representativo das variegadas tipologias
humanas, estratos sociais, pitorescas e matreiras manobras que disfarçamos no
dia-a-dia e, no carnaval, soltam-se cá para fora, mas sempre disfarçadas pelo
colorido das máscaras. São dignas de apreço todas as encenações carnavalescas,
muito especialmente as que fogem aos estafados estereótipos de outras
paragens e nascem da imaginação criadora de cada agregado
populacional, nisto distinguindo-se a sua originalidade e o alto senso crítico
da sua ironia. Eça de Queirós já o
detectara quando escreveu que “sete gargalhadas e meia em volta de uma cidade
deitam ao chão as muralhas que a guardam”.
Aproveito este apontamento breve para agradecer aos muitos que, via net,
mensagens particulares e presenciais, expressaram o seu elogio à “TRUPE ANTI-TRUMP”, do Centro Cívico-Cultural e Social da Ribeira Seca, sobretudo pela
consonância do seu com o nosso pensamento satírico, envolvendo neste passo
todos os Trump’s ditadores, os de longe e os de perto.
Transcrevo,
por todos, o simpático escrito de
Duarte
Filipe Andrade Gomes “Estive
ontem a ver o cortejo de carnaval em Machico, juntamente com uns familiares.
Tinha o meu cunhado a participar na Troupe os Cariocas e lá fomos ver a sua
performance na percussão!
Confesso que fiquei surpreendido com a participação da Ribeira Seca. Original na apresentação e na música e letra, com uns fatos a condizer com o tema que escolheram, num claro desafio à política seguida nos Estados Unidos de Trump. Gostei pelo facto de provarem que se pode participar num cortejo de carnaval sem "abrasileirar" a coisa, pois do gostinho do Brasil já tínhamos outras troupes. Confesso que às vezes cansa estar a ver mais do mesmo. Além disso, no carnaval tradicional, há sempre espaço para a crítica política e social, concorde-se ou não com ela.
Trouxe ainda uma característica própria do povo da Ribeira Seca, que já nos habituou ao seu carácter reivindicativo e de povo atento ao que se passa à sua volta, na nossa terra e no mundo globalizado em que vivemos.
Parabéns pela vossa participação.
Confesso que fiquei surpreendido com a participação da Ribeira Seca. Original na apresentação e na música e letra, com uns fatos a condizer com o tema que escolheram, num claro desafio à política seguida nos Estados Unidos de Trump. Gostei pelo facto de provarem que se pode participar num cortejo de carnaval sem "abrasileirar" a coisa, pois do gostinho do Brasil já tínhamos outras troupes. Confesso que às vezes cansa estar a ver mais do mesmo. Além disso, no carnaval tradicional, há sempre espaço para a crítica política e social, concorde-se ou não com ela.
Trouxe ainda uma característica própria do povo da Ribeira Seca, que já nos habituou ao seu carácter reivindicativo e de povo atento ao que se passa à sua volta, na nossa terra e no mundo globalizado em que vivemos.
Parabéns pela vossa participação.
Apesar
das alegrias do Entrudo, a comunidade da
Ribeira Seca não esquece o inditoso “27
de Fevereiro de 1985”. Mas a firmeza do Povo venceu os ditadores.
27.Fev.17
Martins Júnior
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