domingo, 17 de dezembro de 2017

O “GRANDE CAMINHEIRO” - NA ESTRADA DO CONHECIMENTO

                                                  

Não obstante a vozearia absorvente destes dias e destas noites que passam por nós como meteoros coloridos e arrastam mais de meio mundo nas farturas do seu bojo, entendo incontornável fixar o olhar naquele que, estando ausente, é que deve ocupar o palco desta quadra, porque é dele – e é Ele próprio – o guião de todo este filme.
É desse Menino que vou tecer o manto dos dias ímpares, tentando decifrar o enigma proposto neste mesmo lugar. “QUE TAMANHO TEM O TEU MENINO”?... No coração das chamadas “missas do parto” e fazendo parar por momentos o reboliço que as contagia, interrogo-me sobre que rosto encontrarei quando Ele passar. Ou que veste trará quando chegar.
De entre todas os altíssimas e inspiradas metáforas que Lhe atribuíram os oráculos proféticos do Velho Testamento, a síntese que as define e condensa parece-me poder exprimir-se pela fórmula, a um tempo vulgar e sublimada: o Grande Caminheiro! O bandeirante que vai luminoso na vanguarda, o que desbrava as florestas densas, o que dissipa as nuvens negras que não deixam ver a Estrada da Luz directa ao Sol. Fazedor de caminhos, construtor de clareiras seguras, satélite condutor do Gps da História! Ele próprio di-lo-á mais tarde, convicta e desassombradamente: “Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida”.
Quantos caminhos esse “Menino Gigante” - e “Gigante Menino”- abriu nos olhos sem bússola do Homem viandante de todos os tempos! Percorrerei as pistas essenciais, a primeira das quais é a “Estrada do Conhecimento”. O afã incontido que tenho em descobri-la é proporcional à revolta interior perante aqueles que reduziram o “Menino-Gigante” a um ‘intertainer’ produtor de fenómenos emocionais, alheio (senão mesmo opositor) à descoberta do universo profundo que habita dentro e fora do ser humano. Aprisioná-lO nas  paredes opacas de um oratório é assassiná-lO. É crime de lesa-humanidade privar-nos da “ânsia de subir e da suprema cobiça de transpor” inatas na natureza humana. A Criança que trouxe um plano libertador – “O Homem mais inteligente da História”, como classificou Augusto Cury -  não pode confinar-se a um mero “objecto de culto”. Pelo contrário, será um filão vivo,  transportador e motivador de cultura. A fé nunca poderá arvorar-se como censora da ciência, ela mesma. Têm de encontrar-se, inevitavelmente. Investigar corajosamente, descobrir a riqueza escondida desde o princípio do mundo – eis o mandato outorgado no Livro do Génesis: “Povoai a terra e dominai-a”!... Partindo do hipotético princípio do criacionismo puro, seria um absurdo que o Supremo Arquitecto não nos deixasse “ver” cientificamente a maravilha que criou.
É atribuída a Louis Pasteur esta declaração solene: “Por aquilo que estudei e sei no campo da ciência, tenho a fé de um aldeão bretão. Mas se mais estudasse e soubesse  teria a fé de uma aldeã bretã”.
Não ter medo de desbravar os “mistérios” do universo!  O Grande Caminheiro disse-o um dia: “Pai, uma só coisa Te peço – que Te conheçam”. E o Baptista interpelava os próprios conterrâneos: “No meio de vós, já está Alguém que não conheceis”.

17.Dez.17

Martins Júnior                   

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