terça-feira, 23 de abril de 2019

CANTO LIVRE AO LIVRO UNIVERSAL


                                   

Já foi pedra, espelho de água, galáxia celeste
esparsa sobre o nosso olhar-leitor de estrelas
Já foi papiro, iluminura e pergaminho
sob os dedos mágicos de místicos conventuais
Depois foi verde ramo e tronco virgem
que o lenhador arrancou à floresta
e fê-lo gemer entre os gonzos dentados
e untados de breu
que Gutenberg deu ao mundo
Oh perfume sensual de horto fechado
Igual à fragância de mulher
quando ele se abre ao nosso olfacto
 e se entrega na palma da nossa mão
Livro
companheiro e servo de todas as horas
mesa posta de lautos sabores
e discreto municiador de armas pesadas

Ubíquo e íntimo
Universal e único
Tão puro e epidérmico
Que talvez faças de mim o Livro que tu és

Ele viaja em toda a parte
Para encontrá-lo
Basta um olhar vidente
E um coração que o ame…      

Dia Mundial do Livro, 23.Abr.19
Martins Júnior


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