Já
foi pedra, espelho de água, galáxia celeste
esparsa
sobre o nosso olhar-leitor de estrelas
Já
foi papiro, iluminura e pergaminho
sob
os dedos mágicos de místicos conventuais
Depois
foi verde ramo e tronco virgem
que
o lenhador arrancou à floresta
e
fê-lo gemer entre os gonzos dentados
e
untados de breu
que
Gutenberg deu ao mundo
Oh
perfume sensual de horto fechado
Igual
à fragância de mulher
quando
ele se abre ao nosso olfacto
e se entrega na palma da nossa mão
Livro
companheiro
e servo de todas as horas
mesa
posta de lautos sabores
e
discreto municiador de armas pesadas
Ubíquo
e íntimo
Universal
e único
Tão
puro e epidérmico
Que
talvez faças de mim o Livro que tu és
Ele
viaja em toda a parte
Para
encontrá-lo
Basta
um olhar vidente
E
um coração que o ame…
Dia Mundial do Livro,
23.Abr.19
Martins Júnior
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