No
coração da Semana Maior falecem-nos a força e a voz perante a morte que chega
envolta em fogo e sangue. A grandeza que somos, afinal, espelha-se na
fragilidade do mais imprevisto episódio de um momento fatal. Ontem, uma catedral
em chamas. Hoje, o holocausto em 29 fogueiras de sangue. Amanhã e depois, a
Vitima Suprema no alto do Calvário.
Paris,
Madeira, Jerusalém! Neste triângulo tão absurdo quanto paradoxalmente familiar,
procuro na morte um sentido para a vida. Tento encontrá-lo na geometria do
mesmo triângulo de braços abertos para o mundo: a frágil transitoriedade que somos
torna-se grandeza perene se formos capazes de dar aquilo que temos – a própria
vida como a deu a Suprema Vítima de Jerusalém, nesta Semana Maior!
17.Abr.19
Martins Júnior
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