Oxalá
não salte para a Madeira. Já por aqui temos a aedes aegypti. Chega de pragas afro-asiáticas!
Deixem-me
começar assim, porque a epidemia que empestou Lisboa neste domingo à tarde não
merece outro trato. Diz-me como andas e dir-te-ei quem és – assim poderá
traduzir-se o sábio ditado popular. Nem pergunto o que andas a fazer, apenas
vejo a corda bamba em que te movimentas. É disto que vou ocupar-me – sem prazer nenhum, muito pelo contrário! –
nesta nossa convívio epistolar.
Os
corifeus da “tragicomédia” amarela, caída em Lisboa como um vespeiro, espremem-se no torno do
varão em piruetas tais que só degradam e arrasam os argumentos
que porventura pudessem apresentar.
Vamos desbobinar o filme da sem-vergonha e monitorizar rapidamente os ingredientes
inenarráveis deste bosão de falácias
e desonestidades que se destroem em cadeia.
A
1ª - a mais abusiva e escandalosa de todas, é fazer das crianças carne para
canhão, pondo miúdos e adolescentes como escudos à frente dos adultos
vociferários sem destino, num claro descrédito da sua função de educadores.
Porque é destes que se trata. E dos seus interesses privados ou
corporativos. Quanto às crianças, elas já
estão protegidas, pois terão sempre a
escola garantida no serviço público.
A 2º - tem a ver com os milhares de cartas
escritas ao Senhor Presidente da República “pelo próprio punho dos meninos” …
quando se sabe, por denúncia dos pais, que o texto foi escrito no quadro preto
para cada aluno copiar durante a aula.
A
3ª – não merece comentários: “Já os pais
destes meninos estudaram aqui, agora são os filhos e também ficamos à espera dos
netos para se matricularem cá” – diz
a directora à repórter da TV. Olha o passarinho
amarelado: as dinastias da monarquia colegial!
A
4ª – esta só de garoto insolente: “O Senhor Presidente da República está do
nosso lado” … o que levou Belém a um desmentido formal.
A
5ª – mais uma da mesma ninhada: “O
Tribunal de Contas deu-nos razão” --- quando, afinal, se tratou apenas de
um parecer de um consultor da instância, mas sem qualquer homologação do mesmo
Tribunal.
A
6ª – cheira a magia negra, com manifestantes desfilando em cortejo nocturno e
velas – também amarelas – nas mãos, em
honra sabuja à Senhora de Fátima na Cova da Iria! Arrepiante pelo que tem de
repugnante: entregar a Nossa Senhora o Ministério da Educação, ou seja, a “5 de
Outubro” (Lisboa) recambiada para a Capela dos Pastorinhos”. Incrível!
A
7ª – violentar, ou ao menos, jogar crianças para o turbilhão da manif, frente à
AR – crianças do norte de Portugal que nunca tinham vindo a Lisboa e “praxá-las”
no meio daquilo que os seus promotores, os adultos piedosos, antes
classificavam de gritaria e barbárie. Quem os viu e quem os vê!
A
8ª – muito original: “É a primeira vez
que se vê (sic!) em Portugal dezenas
de milhares de pessoas a lutar por uma causa”. (Reportagem TV)… De que estância polar terá vindo este
professor-profeta com cara de menino do coro? A amnésia já não é deficiência, é
o cúmulo do ridículo!
A
9ª – é um ramalhete, cerejinha amarela num bolo desbotado: os senhores deputados do PSD e do CDS à frente do “rebanho”
na escadaria da AR! Afinal, os parlamentares trouxeram para a rua as bancadas
do Parlamento. Belíssimo! Agora falem do Jerónimo, do Louçã, da Catarina… Quem
cospe para o ar……….
A
10ª e a 11ª e outras mais. Já me cansa a cabeça e fogem-me os dedos de todo
este novelo de “aprendizes de feiticeiro” que, como Maquiavel, não olham a
meios para atingir os fins. Camuflados,
dizem defender o superior interesse do aluno, mas no fundo, o que está é a inferior
cupidez dos adultos e respectivos privilégios.
Da
febre amarela e da cólera-morbus –
Livrai-nos, Senhor!
29.Mai.16
Martins Júnior
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