Altos
rasos pontiagudos
Eles
definem a paisagem
Sem eles
nunca saberás
O macio
da planura
Nem a
lonjura da viagem
Esses
jamais cairão
Que o infinito abismo é o seu chão
*
Muros
outros
Humanos ciclopes
Betonados
de ossos mutilados
De gritos
em vão
Frenéticos
galopes
E restos
de dedos sob os cavalos
Dos
imperadores capitais
Esses
tarde não
E cedo
mais
Implodirão
*
Muros
migrantes
Da selva
para a cidade
Hoje como
dantes
Quem os
estoura?
Quem os
devora?
O monstro
que os levanta
Seja a
mão
Que os
quebranta
*
Muro de
ti
E muro de
mim mesmo
Muro, muralha,
mainel, lancil
Somos nós
alguma vez
Chovam
cravos de Abril
E em cada
português
Esta lei
nasça e se proponha
Jamais
aqui jamais
Rumor
tijolo ou sombra
Do muro
da vergonha
09.Nov.17
Martins Júnior
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