sexta-feira, 17 de novembro de 2017

ODE A QUEM ANDA SEMPRE EM VIAGEM


A TODAS AS AMIGAS E A TODOS OS AMIGOS QUE TIVERAM A GENTILEZA E O AFECTO DE ME ENVIAR ONTEM AS SUAS SAUDAÇÕES






São todos iguais
Os cardinais
Entre o berço de pinho e a sombra do cipreste
Separa-os apenas
A veste
E define-os
O cordão umbilical que os atravessa
Desde a mãe-virgem ao ventre da mãe-terra

Setenta e nove estações e  apeadeiros
E dentro  infinitos viageiros
Esperaram por mim

Agora sou eu que vos espero
Nesta viagem sem fim
                   *
Mas ninguém espera por ninguém
Nem alguém
Jamais alguém alcança

Intransmissível e única
A viagem
Mas igual e universal
A portagem
Mistério e êxtase  - estigma e ode triunfal
A todo o imortal sendo mortal
Que viaja dentro de cada um de nós

Os beijos e abraços da vossa saudação
Ficam guardados todos para vós
Quando chegardes à quase-octogenária estação
Que hoje sendo minha
Será vossa amanhã
Na ronda breve desta perpétua ‘reincarnação’

17.Nov.17
Martins Júnior


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