Venturoso nome lhe dera a mãe
Vitorioso trono sonhara-lhe a manhã de
todas as manhãs:
Tranças laureáceas na fronte angélica
Iguais às dos heróis predestinados
E um repuxo esvoaçando
Plumas de seda aquática
Vindas do perdido paraíso
II
Mas onde sobrou o sonho
Faltou-lhe o chão
E o que era extensa linha recta
Estilhaçou-se em curva estreita
III
Enquanto titãs da estrada bombardeiros
do silêncio
Soltam ondas ébrias do perdulário
champanhe
Um anjo exangue paga factura
Enquanto olímpicos louros enrolam
vaidades soberanas
Um anjo adormeceu
Sob o lençol negro do alcatrão
Que não terá trono nem história…
IV
Tão só e triste seu venturoso nome de
Vitória…
09.Ago.22
Martins
Júnior
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