Os
nossos olhos viram e os nossos ouvidos escutaram.
Mais que as ondas hertzianas foram as
ondas arquipelágicas do Grande Mar açoriano que transmitiram a Boa-Má Nova:
Morreu um Homem Bom!
Vimos e ouvimos, surpreendidos,
primeiro no solene carrilhão de Ponta Delgada, alvoroçando a manhã clara e
calma do 23 de Agosto. Depois, o dobre dos sinos repercutia-se em monumental
uníssono pelas nove ilhas que o mar separou e, no mesmo tempo, entrelaçou.
Vimo-lo presencialmente por onde nos levaram
as naus nesta viagem às terras da baleação. Os sons da homenagem aos baleeiros
tornaram-se acordes baladeiros prostrados à beira da campa de um Homem Bom, em
sua terra natal.
Um Homem Bom morreu. Será boa ou má
notícia?...
Sempre o pior mal não é morrer. O pior
mal é não ter vivido. E a maior dor!
Por ter vivido plenamente – viver é
servir – os sinos dobraram e as ondas re-dobraram, não à morte, mas a Vida.
Estas palavras pretendem ser o eco
frágil, é certo, mas sentido do clangoroso carrilhão de homenagens à
personalidade humanista do bispo António Braga, que foi hoje a sepultar na terra
onde nasceu, Ilha de Santa Maria, Açores.
No mesmo tom de balada mística envolvo
o meu colega e companheiro evangelizador, o Padre José Vieira Pereira, hoje
falecido na sua e nossa ilha natal.
23 e 25.Ago.22
Martins Júnior
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