sexta-feira, 26 de agosto de 2022

ENTRE 23 E 25 DE AGOSTO: POR QUEM RE-DOBRAM AS ONDAS DO ATLÂNTICO ?...

Os nossos olhos viram e os nossos ouvidos escutaram.

Mais que as ondas hertzianas foram as ondas arquipelágicas do Grande Mar açoriano que transmitiram a Boa-Má Nova: Morreu um Homem Bom!

Vimos e ouvimos, surpreendidos, primeiro no solene carrilhão de Ponta Delgada, alvoroçando a manhã clara e calma do 23 de Agosto. Depois, o dobre dos sinos repercutia-se em monumental uníssono pelas nove ilhas que o mar separou e, no mesmo tempo, entrelaçou.

Vimo-lo presencialmente por onde nos levaram as naus nesta viagem às terras da baleação. Os sons da homenagem aos baleeiros tornaram-se acordes baladeiros prostrados à beira da campa de um Homem Bom, em

sua terra natal.

Um Homem Bom morreu. Será boa ou má notícia?...

Sempre o pior mal não é morrer. O pior mal é não ter vivido. E a maior dor!

Por ter vivido plenamente – viver é servir – os sinos dobraram e as ondas re-dobraram, não à morte, mas a Vida.

Estas palavras pretendem ser o eco frágil, é certo, mas sentido do clangoroso carrilhão de homenagens à personalidade humanista do bispo António Braga, que foi hoje a sepultar na terra onde nasceu, Ilha de Santa Maria, Açores.

No mesmo tom de balada mística envolvo o meu colega e companheiro evangelizador, o Padre José Vieira Pereira, hoje falecido na sua e nossa ilha natal.

 

23 e 25.Ago.22

Martins Júnior

 

 

 

 

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