segunda-feira, 29 de agosto de 2022

MISSÃO CUMPRIDA

                                                                                   


Sem qualquer outro acento enfático, mas com toda a simplicidade gozosa – de um gozo espiritual indescritível – acabámos de regressar à Ilha, a nossa, e abraçarmo-nos efusivamente dizendo, mais com emoção do que com palavras: CUMPRIMOS !!!

Elas e eles, mais precisamente. Um punhado de jovens sentiu-se plenamente investido da missão de representar o Concelho de Machico na Ilha do Pico, Açores,  em virtude da geminação (com mais de 30 anos) entre o nosso Município e o Município das Lajes do Pico.

Na hora do regresso e enquanto co-responsável pelo cumprimento desse mandato entregue à juventude da Tuna de Câmara, (extensão do Centro Cívico da Ribeira Seca) cabe-me neste item fazer a avaliação do serviço prestado e registar em três momentos assinaláveis o desempenho dessa missão, deixando para o CCCS~RS (a colectividade organizadora) os devidos protocolos de gratidão às entidades competentes.

Em primeiro plano, releva-se o concerto que a “TCM” proporcionou à imensa multidão que aguardava junto ao palco monumental o programa dos jovens de Machico. Era a maior festa da ilha, a Festa dos Baleeiros. Porque ninguém é juiz em causa própria, não serei eu a tecer elogios, mas todos quantos assistiram ao espectáculo. Devo esclarecer que nas Lajes do Pico, como de resto em todas as ilhas açorianas, a cultura musical atinge níveis muito acima da média comum no Portugal Continental e Insular, o que fica justamente demonstrado na profusão das bandas filarmónicas que povoam o arquipélago. Por isso, a prestação da Tuna, diante de um público selecionado, ganha maior ênfase e reconhecimento do mérito.


Outro ponto alto tem mesmo a ver com a altitude maior de Portugal, a subida ao famoso Pico que deu nome à Ilha. Para os valorosos caminheiros desse percurso, que tem tanto de desafiante quanto de apaixonante, ficará para sempre nos pés doloridos e na mente libertada o inolvidável prazer de atingir a coroa-cratera desse Pico gigante. O robusto investimento físico ficou largamente compensado pelo pódio dos vencedores, a alegria de ter conseguido aquilo que outros não conseguem. E mais: o prestígio daquele pelotão de bandeirantes que ostentaram, como um padrão simbólico, o estandarte de Machico nas alturas do Pico.      


O terceiro “grito do Ipiranga” aconteceu quando fomos surpreendidos pela inscrição rodoviária de um nome constitutivo da nossa identidade: RIBEIRA SECA!... E foi aí que os ânimos se soltaram espontaneamente, cantando a plenos pulmões o hino que nos define: “Ribeira Seca…Tens para todos o calor de um coração”! E não foi apenas uma Ribeira Seca, foram três, foram quatro: em São Jorge, no Pico e duas em São Miguel.

Nesse preciso instante uma nova aventura surgiu no horizonte: Por que não fazer um encontro amistoso entre as Ribeiras Secas – dos Açores e da Madeira?!... E, porventura, de algum idêntico topónimo existente no continente português. Afinal, “Homem algum é uma ilha”… E Ribeira Seca também. Não estamos sós!  

 Mas isso são ‘contas de outro rosário’. Por hoje, o júbilo do trabalho concluído com êxito e a vontade redobrada da juventude em abrir clareiras de sonho e arte nos dias de amanhã!

 

29.08.22

Martins Júnior

1 comentário:

  1. Parabéns à embaixada cultural da Ribeira Sêca pela missão cumprida, por terras pintadas de azul-mar de Vitorino Nemésio. Em gíria castrense, após missão cumprida, costuma-se dizer "pronto para cumprir outra". Que nascem e floresçam as vontades.

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