Sem
qualquer outro acento enfático, mas com toda a simplicidade gozosa – de um gozo
espiritual indescritível – acabámos de regressar à Ilha, a nossa, e
abraçarmo-nos efusivamente dizendo, mais com emoção do que com palavras:
CUMPRIMOS !!!
Elas
e eles, mais precisamente. Um punhado de jovens sentiu-se plenamente investido
da missão de representar o Concelho de Machico na Ilha do Pico, Açores, em virtude da geminação (com mais de 30 anos)
entre o nosso Município e o Município das Lajes do Pico.
Na
hora do regresso e enquanto co-responsável pelo cumprimento desse mandato entregue
à juventude da Tuna de Câmara,
(extensão do Centro Cívico da Ribeira Seca) cabe-me neste item fazer a avaliação do serviço prestado e registar em três
momentos assinaláveis o desempenho dessa missão, deixando para o CCCS~RS (a
colectividade organizadora) os devidos protocolos de gratidão às entidades
competentes.
Em primeiro plano, releva-se o concerto que a “TCM” proporcionou à imensa multidão que aguardava junto ao palco monumental o programa dos jovens de Machico. Era a maior festa da ilha, a Festa dos Baleeiros. Porque ninguém é juiz em causa própria, não serei eu a tecer elogios, mas todos quantos assistiram ao espectáculo. Devo esclarecer que nas Lajes do Pico, como de resto em todas as ilhas açorianas, a cultura musical atinge níveis muito acima da média comum no Portugal Continental e Insular, o que fica justamente demonstrado na profusão das bandas filarmónicas que povoam o arquipélago. Por isso, a prestação da Tuna, diante de um público selecionado, ganha maior ênfase e reconhecimento do mérito.
Outro ponto alto tem mesmo a ver com a altitude maior de Portugal, a subida ao famoso Pico que deu nome à Ilha. Para os valorosos caminheiros desse percurso, que tem tanto de desafiante quanto de apaixonante, ficará para sempre nos pés doloridos e na mente libertada o inolvidável prazer de atingir a coroa-cratera desse Pico gigante. O robusto investimento físico ficou largamente compensado pelo pódio dos vencedores, a alegria de ter conseguido aquilo que outros não conseguem. E mais: o prestígio daquele pelotão de bandeirantes que ostentaram, como um padrão simbólico, o estandarte de Machico nas alturas do Pico.
O
terceiro “grito do Ipiranga” aconteceu quando fomos surpreendidos pela
inscrição rodoviária de um nome constitutivo da nossa identidade: RIBEIRA
SECA!... E foi aí que os ânimos se soltaram espontaneamente, cantando a plenos
pulmões o hino que nos define: “Ribeira
Seca…Tens para todos o calor de um coração”! E não foi apenas uma Ribeira
Seca, foram três, foram quatro: em São Jorge, no Pico e duas em São Miguel.
Nesse
preciso instante uma nova aventura surgiu no horizonte: Por que não fazer um
encontro amistoso entre as Ribeiras Secas – dos Açores e da Madeira?!... E,
porventura, de algum idêntico topónimo existente no continente português.
Afinal, “Homem algum é uma ilha”… E Ribeira Seca também. Não estamos sós!
Mas isso são ‘contas de outro rosário’. Por
hoje, o júbilo do trabalho concluído com êxito e a vontade redobrada da
juventude em abrir clareiras de sonho e arte nos dias de amanhã!
29.08.22
Martins Júnior
Parabéns à embaixada cultural da Ribeira Sêca pela missão cumprida, por terras pintadas de azul-mar de Vitorino Nemésio. Em gíria castrense, após missão cumprida, costuma-se dizer "pronto para cumprir outra". Que nascem e floresçam as vontades.
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