sexta-feira, 25 de novembro de 2022

O CATAR…OS CATARZINHOS… E OS CATARZÕES… LÁ LONGE E AQUI TÃO PERTO !

                                                                              


Há notícias, fenómenos e epifenómenos que, de tão pedrados, desorganizam não só o percurso programático do quotidiano mas estilhaçam a estrutura serena do nosso psiquismo. E hoje é assim. Convosco partilho, se me derdes permissão, o desequilíbrio emocional (QUE NÃO APENAS EMOCIONAL, LÓGICO TAMBÉM) varrido de fora para dentro de mim com uma vassourada tão violenta como um míssil norte-coreano.

Em ‘fora-de-jogo’ do Mundial de Futebol, mas bem dentro das quatro linhas, a notícia que acompanha o grande fenómeno tem a ver com a sonegação estatal dos mais elementares Direitos Humanos, sobretudo no que concerne ao mundo laboral e à dignidade da Mulher.

Quanto aos direitos dos trabalhadores, é sobejamente conhecida a exploração de mão-de-obra de múltiplas etnias, roçando a escravatura e de mais de  6.500 operários mortos na construção dos estádios de futebol. Quanto às mulheres, é patente o efeito da aliança catar com  a auto-proclamada ‘polícia moral’ do Irão.

Deplorável, criminosa, insustentável – é o que ouve dizer do Catar e da sua administração repressiva !

Mas, catando o labirinto poroso deste pacífico tecido lusitano, somos logo batidos e derrubados perante o que se tem passado há cerca de três e quatro anos  com a criminosa exploração escrava de centenas de  trabalhadores migrantes, vítimas de associações clandestinas a operarem no nosso país e que motivaram já a medida mis gravosa de 32 pessoas detidas preventivamente. Quem tal diria, num Estado Constitucional de defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, sobretudo dos trabalhadores?!.. Mais a mais, num território de históricas lutas reivindicativas, como é o Alentejo!                                          


Onde está o homem, aí está um Catar em potência, camuflado no seu subterrâneo. Juntemos a estatística dos assassinatos de mulheres em Portugal: até novembro, um mês ainda por terminar 2022, o número já ultrapassa o somatório de todo o ano 2021 !!!

Fico-me por aqui para não agravar este exercício de forçado  masoquismo. Mas se quisermos classificar de ‘catarzinhos’ o que se passa no nosso país, então que se há-de dizer do ‘Catarzão’ em que Putin tem transformado a massacrada Ucrânia, com milhões de vítimas inocentes !!!

 Vimos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”.

Nem podemos calar – contra o Catar, contra todos os Catar’s, estejam onde estiverem!

 

25.Nov.22

Martins Júnior

 

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