segunda-feira, 8 de maio de 2023

JÁ NÃO HÁ DEMOCRACIAS DESSAS…

                                                                      


    Talvez não adivinhem quem são, onde estão ou de onde vieram elas - essas democracias. Pois bem, abram o LIVRO, nos chamados “Actos”, capitulo VI, 1-7 e logo achá-las-ão. Em nenhum império, em nenhum regime ateniense, muito menos espartano. Só numa pousada revolucionária, por mais contraditórios que pareçam estes dois conceitos.

         Mas é aí mesmo: na revolução que trouxe o Nazareno, cujo programa consistia na criação de uma pousada de ar puro no meio da poluição geral, onde todos tivessem o direito de respirar livremente a mesma clorofila verde e pujante. Onde todos pudessem optar pelo melhor e pelos melhores. Onde fossem pesadas na mesma balança os talentos, as qualidades e aptidões de cada cidadão.

         É a essa estância que se pode chamar a pousada revolucionária. Porque para lá chegar só há um atalho pedregoso - a revolução das mentalidades – e um oásis reconfortante – a liberdade fértil, ascendente. E foi isso mesmo que se passou então.

         No início da transformação global da sociedade sonhada pelo líder da Galileia, havia duas coordenadas em marcha: a formação de novos critérios e a acção coerente com esses critérios, nomeadamente o apoio aos estratos sociais mais vulneráveis ou em inferioridade de opções. Os sequazes de Jesus, os apóstolos, chegaram a um patamar de expansão tal que lhes era impossível segurar os dois compromissos: o ensino e a acção social. Até porque logo surgiram os protestos dos gregos convertidos, cujas viúvas eram descriminadas negativamente no “serviço das mesas”, era assim designado o apoio prestado às famílias.

Prioritário afigurava-se-lhes o ensino, conforme o mandato do Mestre.  Então propuseram à comunidade que escolhesse sete colaboradores, homens probos e de espírito solidário, a que chamaram diáconos, para as referidas funções complementares. E assim fizeram os primeiros cristãos. E assim se formou a Igreja primitiva, original. Os seus membros sentiam-se parte integrante da comunidade com deveres a cumprir e direitos a exercer, sobretudo, a intervir activamente na nomeação dos seus líderes. Assim foi até ao século V. Um dos mais ilustres Santos Doutores representativos da Era Patrística afirmava peremptoriamente: “Podem rejeitar o bispo que o povo não escolheu”.

    A Democracia real, autêntica! Sem leis nem decretos regulamentares, porque nascida de uma mentalidade,  ética e sociologicamente estruturada em valores humanos, transfigurados pela palavra de Pedro neste mesmo dia: “Vós, cristãos, sois povo eleito, sacerdócio real”.

Já não há democracias dessas… nem dentro nem fora da Igreja, das igrejas!

Quando iniciaremos a viagem de regresso às fontes?

 

Em tempo:

Saúdo o glorioso dia 8 de Maio de 1440 – o Dia do Concelho!

Após numerosas reuniões e consultas levadas a efeito pela Assembleia Municipal de Machico  junto das cinco freguesias, saiu vencedor o “8 de Maio”, porque foi nesse mesmo dia que, em 1440, o Infante Dom Henrique outorgou a Tristão Vaz Teixeira a Carta de Doação de Machico, como Primeira Capitania da Madeira. A do Funchal só surgiu dez anos depois, em 1450.

Machico celebra  583 anos de existência como entidade administrativa na história pátria!

Se continuássemos a celebrar no Dia dos Milagres, 1803, Machico teria apenas 220 anos de existência oficial.

Como foi possível – exclamava um munícipe – durante tanto tempo termos amputado a Machico 363 anos de história e 384 do seu achamento?!

Viva o Glorioso Dia 8 de Maio de 1440!

Viva o Patriótico Dia 8 de Maio de 2023!

Só quem renega Machico é que lhe nega a verdadeira idade.

E se os ingleses orgulham-se da sua Monarquia milenar, (todo o Mundo viu na Coroação do Rei Carlos III) como vamos nós, Gente de Machico, esconder o nosso glorioso Passado?!

 

7-8.Mai.2023

Martins Júnior

1 comentário:

  1. Caro Mestre
    Os tempos são feitos de mudanças aceleradas, facto que impedem que essas democracias escapem ao rumo das dinâmicas da ambição humana! Efetivamente, os fins deixaram de ter percursos de rasgos humanizados e humanizantes o que, por si, descredibilizam e desertificam as sementes dessas virtudes de âmbito social-politico e educativo das sociedades atuais. Contudo, deixar de acreditar, tornar-se-á na maior derrota do futuro da humanidade. Com um grande abraço.

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