terça-feira, 9 de maio de 2023

NO “DIA DO CONCELHO”, O ANTECIPADO “DIA DA EUROPA”

                                                                      


    Vizinhos, justapostos, acrescentaria geminados – assim se apresentaram estreitamente unidos na cronologia e na mensagem  os dois dias maiores, 8 de Maio em Machico 8 e  9 de Maio na Europa. Após a reposição do dia maior do concelho na data histórica e cientificamente correcta - 8 de Maio de 1440, a outorga da Primeira Capitania da Madeira a Tristão Vaz Teixeira – a partir daí ficaram as duas efemérides coligadas, indissociáveis uma da outra. Não em volumetria mas no espírito.

         Numa Europa, feita manta de retalhos ensopada em sangue, sonhou Jean Monnet uma comunidade uníssona na “Alegria” de Beethoven, mas diversificada nos seus componentes  idiossincráticos, cada qual identificado na sua partitura originária e todas consubstanciadas na mesma sinfonia comunitária. Aguarela polícroma de todos os cambiantes, do mais ostensivo ao menos lustroso, mas todos diluídos, irmanados na mesma bandeira, qual mãe desvelada acolhendo todos os filhos, escutando mágoas, petições, demandas e anseios.

         Na sessão solene, ali estava o Estado Maior da Nação,, o Representante da República; o Poder Legislativo Regional, Presidente do Parlamento; o Poder Executivo, Secretário Regional da Educação; o Poder Local: Assembleia Municipal, as Câmaras de Machico, da Madeira e Porto Santo, as Juntas de Freguesia, os antigos autarcas, deputados nacionais, regionais, Universidade, Igreja, Escolas, Forças Militares e de Segurança, Funcionários, jovens, idosos, profissões indiferenciadas, enfim, estava ali uma “Europa” miniatural em espessura, mas autêntica na sua diversidade, abrangência e objectivos.

Mais notória foi esta trilogia cívica quando subiram à tribuna os oradores que, fiéis à matriz sócio-política que representavam, desempenharam-se com realismo,

estratégia reivindicativa e elegância literária. Tão diferente do ano transacto, em que o representante do Executivo Regional  permitiu-se encerrar a sessão com remoques

despropositados à Câmara Municipal, sabendo que o seu presidente não tinha hipótese de contestar.

Prova inequívoca da democraticidade europeia foi a palavra concedida a todos os líderes designados pelos grupos políticos com assento no parlamento municipal. Nada ficou por dizer e tudo foi plena e civicamente interpretado. Os louvores e distinções atribuídas pelo Município a funcionários, personalidades e associações espelharam à evidência a amplitude sociológica dos seus titulares, com predominância na vertente cultural.

A actuação da tuna infanto-juvenil (Tuna de Câmara de Machico) encerrou, qual cereja em cima do bolo, uma sessão exemplar, vigília aberta para o Grande “Dia da Europa”.

  De Machico ontem, 8 de Maio e de Bruxelas hoje, 9 de Maio, apraz-me dizer a mensagem que via todos os dias nessa linda Vila de Mocuba, Zambézia:

“Aqui, onde todos os caminhos se cruzam e todos os corações se abraçam”!  

 

         09.Mai.23

         Martins Júnior

 

Sem comentários:

Enviar um comentário