quinta-feira, 18 de maio de 2023

NA “XI FEIRA DO LIVRO” – UMA PORTA ABERTA PARA A LIBERDADE E GOSTO DE VIVER !

                                                                   


Como é bom estar aqui!

É o que está escrito no verde dos plátanos que bordejam o grande largo, feito anfiteatro das festas e palco natural  das actividades culturais  da cidade de Machico, como que reavivando no tempo o prestígio da corte do Primeiro Capitão-Mor  da Ilha, Tristão Vaz Teixeira, desde 8 de Maio de 1440.

Como é bom estar aqui… 

Em Maio, Mês do Coração, das Flores e do pico alto da Primavera!

Como é bom estar aqui…

É o que se lê no programa da “XI Feira do Livro”  e, com mais brilho ainda, nos olhos de todos quantos se acercam daquele ambiente tão acolhedor, entre a ancestralidade do Forte da Senhora do Amparo do século XVIII e a brisa sempre jovem que sobe da baía ali tão perto.

Na abertura do grande evento sobressai a mensagem de frescura e esperança no abraço de amor ecológico e intergeracional que nos transmitiu o coral infantil da Escola de Santa Ana que em oito canções, artisticamente apresentadas e interpretadas pelas 34 vozes de crianças que frequentam aquele estabelecimento de ensino.

            E se de transparência primaveril foi a abertura, não menos brilhante, sonoro e saudável foi o encerramento deste primeiro dia com a prestação do grupo infanto-juvenil da ‘Tuna de Câmara de Machico’.

            Da leitura de todo o programa – que envolve uma abrangência multifacetada de teatro, conto, visitas guiadas, oficinas de trabalho e de escrita, dança, bio-bibliografia – avulta a preocupação de mostrar a face autóctone do concelho, através das produções musicais e das obras em lançamento público de e sobre personalidades oriundas de Machico, quer a nível histórico, profissional, artístico, poético, quer no tocante à ocorrência de factos identificativos da idiossincrasia das gentes nadas e criadas neste território, entre cujo elenco se inclui a monografia intitulada Calhaus Falantes, Pedras Cantantes que terei a honra de mostrar ao público, na tarde do próximo domingo, com a prestigiante apresentação conjunta da Dra. Alice Santos e do Pe. José Luís Rodrigues.

             Neste âmbito, a XI Feira do Livro, sintomaticamente denominada de “FRANCISCO ÁLVARES DE NÓBREGA”, um nome maior da historiografia machiquense, releva de uma intencionalidade, digna da melhor finura e autenticidade, qual seja a de fomentar a cultura e  desenvolvimento locais, a criatividade e talento dos seus naturais, em vez de apenas importar produções exógenas, sem prejuízo das bons serviços das livrarias ali presentes.   

                                                             


            Partilhar dos saberes, que também são sabores, da “XI Feira do Livro” em Machico é ganhar cultura, convivialidade, gosto de viver. Particularmente, nesta altura em que o pão e a água que os media nos servem todos os dias vêm inquinados de catástrofes, minas e armadilhas de guerras e atentados letais, sem falar do abuso do tempo de gente que se entretém em jogos florais parlamentares, delapidando perdulariamente o erário público, em vez de trabalharem para o efectivo bem público na saúde, na agricultura, na educação, no ambiente, enfim, retribuir em equivalente aos portugueses os montantes que os portugueses lhes pagam.

            Um reconhecido “Bem haja” ao Município, ao seu presidente Ricardo Franco e à incansável e proficiente vereadora da cultura, Mónica Vieira.

Vir à Feira é recuperar a  liberdade e a alegria de viver! Desde hoje até domingo,21!

 

           17-18.Mai.23

            Martins Júnior

Sem comentários:

Enviar um comentário