Como é bom estar aqui!
É o que está escrito no verde
dos plátanos que bordejam o grande largo, feito anfiteatro das festas e palco natural das actividades culturais da cidade de Machico, como que reavivando no
tempo o prestígio da corte do Primeiro Capitão-Mor da Ilha, Tristão Vaz Teixeira, desde 8 de
Maio de 1440.
Como é bom estar aqui…
Em Maio, Mês do Coração,
das Flores e do pico alto da Primavera!
Como é bom estar aqui…
É o que se lê no programa
da “XI Feira do Livro” e, com mais
brilho ainda, nos olhos de todos quantos se acercam daquele ambiente tão
acolhedor, entre a ancestralidade do Forte da Senhora do Amparo do século XVIII
e a brisa sempre jovem que sobe da baía ali tão perto.
Na abertura do grande
evento sobressai a mensagem de frescura e esperança no abraço de amor ecológico
e intergeracional que nos transmitiu o coral infantil da Escola de Santa Ana
que em oito canções, artisticamente apresentadas e interpretadas pelas 34 vozes
de crianças que frequentam aquele estabelecimento de ensino.
E
se de transparência primaveril foi a abertura, não menos brilhante, sonoro e
saudável foi o encerramento deste primeiro dia com a prestação do grupo
infanto-juvenil da ‘Tuna de Câmara de Machico’.
Da
leitura de todo o programa – que envolve uma abrangência multifacetada de
teatro, conto, visitas guiadas, oficinas de trabalho e de escrita, dança, bio-bibliografia
– avulta a preocupação de mostrar a face autóctone do concelho, através das
produções musicais e das obras em lançamento público de e sobre personalidades oriundas
de Machico, quer a nível histórico, profissional, artístico, poético, quer no
tocante à ocorrência de factos identificativos da idiossincrasia das gentes
nadas e criadas neste território, entre cujo elenco se inclui a monografia intitulada
Calhaus Falantes, Pedras Cantantes que terei a honra de mostrar ao
público, na tarde do próximo domingo, com a prestigiante apresentação conjunta da
Dra. Alice Santos e do Pe. José Luís Rodrigues.
Neste âmbito, a XI Feira do Livro,
sintomaticamente denominada de “FRANCISCO ÁLVARES DE NÓBREGA”, um nome maior
da historiografia machiquense, releva de uma intencionalidade, digna da melhor finura
e autenticidade, qual seja a de fomentar a cultura e desenvolvimento locais, a criatividade e
talento dos seus naturais, em vez de apenas importar produções exógenas, sem
prejuízo das bons serviços das livrarias ali presentes.
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dos saberes, que também são sabores, da “XI Feira do Livro” em Machico é ganhar
cultura, convivialidade, gosto de viver. Particularmente, nesta altura em que o
pão e a água que os media nos servem todos os dias vêm inquinados de
catástrofes, minas e armadilhas de guerras e atentados letais, sem falar do
abuso do tempo de gente que se entretém em jogos florais parlamentares,
delapidando perdulariamente o erário público, em vez de trabalharem para o
efectivo bem público na saúde, na agricultura, na educação, no ambiente, enfim,
retribuir em equivalente aos portugueses os montantes que os portugueses lhes
pagam.
Um
reconhecido “Bem haja” ao Município, ao seu presidente Ricardo Franco e à
incansável e proficiente vereadora da cultura, Mónica Vieira.
Vir à Feira é recuperar a
liberdade e a alegria de viver! Desde
hoje até domingo,21!
17-18.Mai.23
Martins
Júnior
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