Por
outras palavras: entre a “insustentável leveza” dos seres e a sustentabilidade
duradoura da vida – eis a dicotomia perante a qual estão confrontados os
indivíduos, as comunidades, as nações. Para um agregado populacional, como para
o ser inculto, o que conta é a grandeza aparente da obra, o que os diverte, os
fogos fátuos que enchem os olhos e esvaziam os espíritos. Pelo contrário, a uma
sociedade estruturada em critérios de avaliação contínua, com objectivos
seguros em meta futura, não lhe basta a teatralidade efémera do gigante com pés
de barro, braços de betão e couraça de alcatrão.
Outras palavras não me ocorrem para
definir o paralelo irredutível existente nesta Ilha, que divide os líderes
governantes e os leva a optar entre iludir os seus constituintes com a “insustentável
leveza ” das coisas, empoladas pelas ruidosas inaugurações de circunstância ou,
ao invés, muni-los com a substância das ideias e consequentes atitudes
comportamentais face aos desafios do dia de amanhã.
.
Machico está na pista do futuro. E, de há muito a esta parte, tem escolhido o melhor rumo. Sem descurar a
implementação de equipamento técnico-logísticos os de interesse directo para os
munícipes, não esgota aí o potencial do seu esforço e intencionalidade. É
precisamente no âmbito de uma estratégia sócio-pedagógica que incide a sua
acção, como forma de estruturar uma comunidade de cidadãos dotados de mentalidade
e sensibilidade conducentes à segurança, à autonomia consciente, numa palavra,
à felicidade, envolvendo todos os extractos sociais, todos os escalões etários.
É o que está francamente plasmado no
programa do III Seminário da Educação, ora em curso no Forum de Machico, sob a
égide da Câmara Municipal. O subtítulo da iniciativa – EDUCAR EM COMUNIDADE:
POR UM NOVO COMPROMISSO EDUCATIVO – sintetiza a amplitude da nobre ambição
de construir o processo civilizacional adequado ao mundo de hoje, desde a mais
tenra idade nas escolas até às conquistas tecnológicas da era digital.
Comentarei no próximo escrito as
linhas programática e respectivos oradores para demonstrar o rumo e o ritmo de
um módulo organizacional que antepõe o munícipe como Pessoa e não apenas como
consumidor do betão efémero e enganador. Secundando o promotor global do III
Seminário da Educação, Pro. Dr. Jacinto Jardim, trata-de de uma verdadeira “Revolução
Silenciosa”.
25-26.Mai.23
Martins Júnior
Sem comentários:
Enviar um comentário