ESFERA ARMILAR
Machico de ontem e de sempre
Enfim
Diva pentacentenar
A esfera armilar
Pousou na fronte
Do dinossauro adormecido
No atlântico mar.
Oh infantes da bravura
Na alta gávea da Espera
Os novos mundos a abrir
Trouxeste dentro da esfera.
Daqui
Dos amantes sepultos
No ventre da praia-mãe
O sonho se alçou
Entre vagas e tumultos
Tormentas e esperanças
E alcançou
O mais largo e mais além
Úberes nascentes
De água brava alagadiça
Que gerastes
Poetas, trovadores
Camponeses pescadores
Mártires mas vencedores
Do negrume e da cobiça.
Sua
bênção
Irmão
Álvares
Francisco
de seu baptismo
Jorra
de novo o teu estro
Verso
brando, soneto ou sismo
E
sacode
Este
Povo Primeiro.
As
mãos ainda atadas
Algemadas
Como
as tuas nas celas do Limoeiro
Faz
erguê-las
O
Facho da Liberdade
E a
altitude das estrelas
*
Volto
à ponta do cais
Dinossauro
ponteagudo
E a
infância traz-me tudo tudo:
Em
vão procuro
E não
acho mais
As
lodosas penedias,
Sentinelas
nocturnas luzidias
Que
a rota
dos caranguejos
Pintava
de cravos vermelhos
Em
noites de lua cheia.
O milagre
está na mente
Desta
terra que é nossa.
Que
ninguém tente
Nem possa
Destruir
a alma inteira
Desta
Génese Primeira
Onde
a real manuelina
Esfera
armilar
Aqui
ficou para sempre
Como
a Estrela Polar.
9.Out.14, Dia do Concelho.
Dedicado à apresentação do original logótipo da CMM, a
esfera armilar oferecida por D. Manuel I à capitania de Machico. Saúda o
acontecimento, evoca a memória de Robert Machim e Anna d’ arfet, Francisco Álvares de
Nóbrega e finaliza com um apelo patriótico aos contemporâneos para que amem,
preservem e tornem Machico mais belo e produtivo.
Martins Júnior
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