Não temos maior prova da nossa gratidão senão dedicar-te aquele poema do 4º aniversário da TCM, em que a tua presença estimulante e motivadora --- tinhas então 33 anos --- foi a cereja em cima do nosso bolo de aniversário. Jamais esqueceremos!
Para ti que partiste entre quatro tábuas sonoras, dedicamos estas
“Tábuas que sentem e cantam”
Arranca da Montanha o Lenhador
A tábua verde e rude sem feição
Que tanto dá pra seio de tambor
Como dará pra nau do meu caixão.
Mas o milagre da mãe-terra
Fez o milagre- virgem deste abraço:
Da lenha ardendo em seiva
Fundida em cordas de aço
Fez este coração …e este braço.
Já não sabe a suor
Já não se ouve o machado
Agora é valsa em tom maior
É sinfonia, “allegro”, é amor, é fado.
Veias de lume, o lenhador,
Sonoras mãos, o carpinteiro,
Génio de som, compositor,
Tão longe e belo foi vosso roteiro
Até encontrar a foz sem fim
Na concha frágil dos meus dedos
E na ternura breve deste bandolim…
Tábuas que sentem…
Tábuas que choram…
Tábuas que cantam…
Sentem o palpitar de corações
Choram saudades e noturnas paixões
Cantam “núpcias” e glórias de Nações.
*
Bem-vindos, hoje, à nossa mesa
Brindando no mais fino cristal desta
alegria
Jamais há-de morrer o fulgor da beleza
E a tábua-pauta da festa deste dia!
3.Jan.2015
Martins Júnior
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