sábado, 19 de dezembro de 2015

PATERNO-MATERNIDADE UNIVERSAL “Irmãos, amai a Terra”!



Terminei o meu último bilhete postal de SENSO&CONSENSO com a descoberta da evidência que nos envolve e da qual nem sempre guardamos registo: A Terra inteira está grávida de sonhos e tesouros que esperam por nós para ver a luz do dia, confirmando assim a natural vocação de cada ser humano --- todos somos parturientes, progenitores nesta “Casa Comum” da paterno-maternidade a que todos somos chamados desde a nascença.
Só que, para desdita nossa, umas vezes somos progenitores, outras somos assassinos que devoram a Vida no próprio ventre da terra-mãe.
Serve esta alcatifa textual de introdução para informar que, em 2015, a estrela que vai polarizar, aliás já iniciámos,  as nossas Missas do Parto na Ribeira Seca consiste na resolução da grande incógnita,  suspensa como espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças: criadores ou assassinos?
Surge, logo à entrada, o trato que as nossas mãos têm dado ao planeta, ou seja, a magna questão ecológica, uma questão de vida ou de morte. Já sabemos que são os países mais ricos os que, avidamente, mais destroem a Terra que é de todos. Os sucessivos fracassos das cimeiras, como a do Brasil e a de Quioto, procuram agora emendar a mão e sanar crimes ambientais, na Cimeira de Paris.
Não vou repetir os considerandos expendidos  em páginas anteriores, mas tão-só dar a conhecer a decisão de ocupar o novenário pré-natalício com a leitura de textos, não apenas bíblicos, mas também científicos sobre os benefícios e malefícios do ambiente, incluindo a encíclica LAUDATO SI do Papa Francisco, um documento que se posiciona como um cântico triunfal à criação e, ao mesmo tempo, um vigoroso libelo acusatório contra os que, atraiçoando a sua identidade vocacional, passam os dias a congeminar os mais sofisticados estratagemas para envenenar os vivos e matar a Terra. Desde a destruição da Amazónia até ao anúncio da projectada pesquisa de petróleo no Algarve (que está a merecer uma justa indignação dos algarvios) tudo estamos a ponderar nestes dias evocativos do Grande  Parto da Vida, em Belém.
Amanhã prosseguiremos a leitura do Irmão Francisco, o argentino, esse texto que galvaniza os espíritos mais empedernidos e ofusca as trevas dos maquiavélicos manipuladores dos direitos da Terra e do Homem. A título exemplar, reproduzo aqui a citação que Francisco Papa transcreve do Patriarca Bartolomeu: “Atentar contra a natureza é pecar contra Deus e contra a Humanidade”.
E porque a Criança de Belém não veio cá para passar férias ou suportar estafadas devoções folclóricas, também a nossa comunidade procurará despertar a sensibilidade para tocar e estremecer de júbilo ao tocar com as mãos a Beleza inimitável dos “lírios do campo que não tecem nem fiam, mas que se  vestem daquela magnificência que nem o rei Salomão conseguiu igualar, muito menos suplantar”-
“Irmãos,amai a Terra” --- proclamava  Nietzsche, o fogoso filósofo alemão.
Força, caminhantes da descoberta!

19.Dez.15
Martins Júnior


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