Terminei
o meu último bilhete postal de SENSO&CONSENSO com a descoberta da evidência
que nos envolve e da qual nem sempre guardamos registo: A Terra inteira está
grávida de sonhos e tesouros que esperam por nós para ver a luz do dia, confirmando
assim a natural vocação de cada ser humano --- todos somos parturientes,
progenitores nesta “Casa Comum” da paterno-maternidade a que todos somos
chamados desde a nascença.
Só
que, para desdita nossa, umas vezes somos progenitores, outras somos assassinos
que devoram a Vida no próprio ventre da terra-mãe.
Serve
esta alcatifa textual de introdução para informar que, em 2015, a estrela que
vai polarizar, aliás já iniciámos, as
nossas Missas do Parto na Ribeira Seca consiste na resolução da grande
incógnita, suspensa como espada de
Dâmocles sobre as nossas cabeças: criadores ou assassinos?
Surge,
logo à entrada, o trato que as nossas mãos têm dado ao planeta, ou seja, a
magna questão ecológica, uma questão de vida ou de morte. Já sabemos que são os
países mais ricos os que, avidamente, mais destroem a Terra que é de todos. Os
sucessivos fracassos das cimeiras, como a do Brasil e a de Quioto, procuram
agora emendar a mão e sanar crimes ambientais, na Cimeira de Paris.
Não
vou repetir os considerandos expendidos em páginas anteriores, mas tão-só dar a
conhecer a decisão de ocupar o novenário pré-natalício com a leitura de textos,
não apenas bíblicos, mas também científicos sobre os benefícios e malefícios do
ambiente, incluindo a encíclica LAUDATO
SI do Papa Francisco, um documento que se posiciona como um cântico
triunfal à criação e, ao mesmo tempo, um vigoroso libelo acusatório contra os
que, atraiçoando a sua identidade vocacional, passam os dias a congeminar os
mais sofisticados estratagemas para envenenar os vivos e matar a Terra. Desde a
destruição da Amazónia até ao anúncio da projectada pesquisa de petróleo no
Algarve (que está a merecer uma justa indignação dos algarvios) tudo estamos a
ponderar nestes dias evocativos do Grande Parto da Vida, em Belém.
Amanhã
prosseguiremos a leitura do Irmão Francisco, o argentino, esse texto que
galvaniza os espíritos mais empedernidos e ofusca as trevas dos maquiavélicos
manipuladores dos direitos da Terra e do Homem. A título exemplar, reproduzo
aqui a citação que Francisco Papa transcreve do Patriarca Bartolomeu: “Atentar
contra a natureza é pecar contra Deus e contra a Humanidade”.
E
porque a Criança de Belém não veio cá para passar férias ou suportar estafadas
devoções folclóricas, também a nossa comunidade procurará despertar a
sensibilidade para tocar e estremecer de júbilo ao tocar com as mãos a Beleza
inimitável dos “lírios do campo que não tecem nem fiam, mas que se vestem daquela magnificência que nem o rei
Salomão conseguiu igualar, muito menos suplantar”-
“Irmãos,amai
a Terra” --- proclamava Nietzsche, o
fogoso filósofo alemão.
Força,
caminhantes da descoberta!
19.Dez.15
Martins Júnior
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