Mergulho no oceano que eu sou
Timão e timoneiro
Vento e veleiro
Já sei para onde vou
O sonho é amar e a sede é ver
Paisagens-longe cidades presas
No alicerce das profundezas
Do meu ser
Que bem maior é não saber nadar
Para tocar os intocáveis corais
Lá nas cavernas ancestrais
De histórias não contadas
Búzios de outras eras
Ostras que escondem pérolas
Nascidas dentro de nós
Agarradas como heras
Ao troco que somos e à memória de
avós
Esfinges do Egipto
Pirâmides pontiagudas
Onde repousam o cântico e o grito
Das cinzas mudas
Das estátuas que já fomos
De tanto ver e já cego
Não largo o leme e navego
Navego
Entre sargaços de seda índia
Ilhéus de sândalo perfume capitoso
Como a cambraia que borda a fímbria
Das deusas dos Amores
Anémonas de mil cores
Trazem o leque aberto
Dos passados horizontes
E os do futuro incerto
No planeta oceânico
O dia é sempre noite
E a noite é sempre dia
E o sol
Nasce quando o meu olhar o chama
Não quero outro guião nem outro
panorama
Na agenda viageira
Senão a brisa ligeira
E o sem-medo de esconjurar o abismo
Quem me acompanha
Na barca de turismo
Sem sair daqui
Ao mar e à montanha
Que há dentro de si ?!
27.Set.16
Martins
Júnior
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