"Na tua mão - a Ressurreição" porque perto ou longe de ti alguém te espera para voltar a viver
A noite chama a tua mão
E naufraga ébria e cega
Até ao cais do teu corpo-luz
Nela vagueiam mastros nus
À espera que lhes ates as velas
Perdidas nas procelas
Sem bússola nem remos
Bateram à minha porta
Noctívagos de amor e pão
Chamando a tua mão
Dizendo que tu amas e inundas
De sol
As órbitas vazias e fundas
E eu vou com eles
Sem GPS nem redes
Que eu sei o mar vasto
Onde mergulhas e me procuras
O rasto
Se a morte me sepulta
A tua mão me exalta
E a terra toda exulta
Se espalmares a mão
E soltares os dedos
Estremece o furacão
E afogas todos os medos
Como o poema que navega
Toda a noite
Tacteando a rima e o rumo
Sorvendo a madrugada que não chega
Assim te anseiam e gritam
No silêncio sem eco
No beco sem saída
Na escada sem vão
Teus sósias anónimos
Tua irmã teu irmão
Porque na tua mão
Amanhece o Dia da Ressurreição
15-16.Abr.17
Sábado para Domingo de Páscoa
Martins Júnior
Sem comentários:
Enviar um comentário