Para a Vitória, no seu primeiro dia
de pré-primária
Lá vai ela estrada fora
Pétala ambulante desprendida
Da corola-mãe que lhe deu vida
É o sol nascente que lhe bate nos
ombros leves
E a leva inconsciente à porta do futuro
E a brisa da manhã abre-lhe as pupilas
Ainda lassas do escuro
E do sonho dessa noite
Os olhos maternos à distância
Não lhe perdem um passo um suspiro
Dessa primeira infância
Da liberdade incauta e pura
Lá vai ela fermosa e não segura
Encontrar para perder-se
E outras vezes tantas
Perder para encontrar-se
No mar dos peixes azuis dos cetáceos e
jamantas
A que chamam ciência e competência
Lá vai ela
Demandando a longa história
Do seu nome primeiro
Vitória
Lá vai ela
Já te espera
O mundo todo à janela
Do esquadrão-escola
No colorido peso da sacola
Vão deitar-te escudos arcos e aljavas
Para
enfrentares a selva que nunca imaginavas
Escondida
Nas linhas entrelinhas dos livros que te derem
Grandura que se ganha
Candura que se perde
Preço da ‘letra’ amortizável que o
banco-escola detém
Limpa a lágrima que te caiu no bibe
Salta à corda canta vive
Todas as tardes hás-de voltar à casa da
tua mãe
15.Set.17
Martins Júnior
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