quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

“ANO NOVO É SEMPRE QUE O HOMEM QUISER”

        









   






Não tem meridianos
Nem linha equatorial
Nem meses nem anos
A redoma global
Em que navego

Não há ponteiro
Nem cutelo
Para talhar e retalhar
O tempo que se fez inteiro

Ano velho ano novo
Ficções que mãos anãs traçaram
Na oficina breve da régua e do esquadro
                             Onde tudo é curto e tracejado

Ano velho ano novo sou eu
E venho do sem princípio nem fim

Sou a ponte
E sou o passageiro
Sou a barca de Caronte
E sou o barqueiro
Que me leva no rio que sou eu
Ao outro Hades que é meu

Em mim
Todas as noites polares
Todos os meses lunares
Todos os anos solares
Os que houve, os que há e os que houver
Carrego-os e deles faço o Dia Novo
Porque Ano Novo é sempre
Quando eu quiser

03.Jan.18
Martins Júnior


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