Não tem
meridianos
Nem linha
equatorial
Nem meses
nem anos
A redoma
global
Em que
navego
Não há
ponteiro
Nem cutelo
Para talhar
e retalhar
O tempo que
se fez inteiro
Ano velho
ano novo
Ficções que
mãos anãs traçaram
Na oficina
breve da régua e do esquadro
Onde tudo é curto e tracejado
Ano velho
ano novo sou eu
E venho do
sem princípio nem fim
Sou a ponte
E sou o
passageiro
Sou a barca
de Caronte
E sou o
barqueiro
Que me leva
no rio que sou eu
Ao outro Hades
que é meu
Em mim
Todas as
noites polares
Todos os
meses lunares
Todos os
anos solares
Os que
houve, os que há e os que houver
Carrego-os
e deles faço o Dia Novo
Porque Ano
Novo é sempre
Quando eu
quiser
03.Jan.18
Martins Júnior
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