Não é escritor o arrumador de
palavras nem é compositor o arrumador de notas.Honra e Glória aos verdadeiros compositores.
De que Olimpo sem corpo arrebataste
O lume vivo que só Prometeu
Aos deuses longínquos desprendeu?
Ou que fundos e que mares sem fundo
Mergulhaste
Para trazeres algas sargaços e corais
Que transformaste
Em voos rasantes cantantes
De sinfonias imortais?
Sem ti
A onda azul do canto
Toda emudecia
Sem ti
Os troncos da alta penedia
Jamais dariam tábuas sonoras
De violinos bordões violoncelos
Dolentes guitarras mágoas de outrora
Árias de Bach allegros de Mozart
Marchas de Wagner nas ameias dos
castelos
Demiurgo e Criador
Maior que o mundo em teu redor
Mas encadeado esquecido
Nas grades do génio
Incompreendido
Escravo jau
De todas as gerações
Mendigo irmão de Verdi e Camões
Mago dos sons ficou escrito
Na partitura da tua lousa fria
Que jamais empalideceu:
“Aqui jaz
Alguém que não morreu”
15.Jan.18
Martins Júnior
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