Na
semana das homenagens às ditas grandes personalidades,
No
términus das preocupações e prazeres que
marcam os preparativos para a Festa do
Pão e da Vida no templo da Ribeira Seca,
Eis
que outro insólito acontecimento povoa todo o ar que respiro e penetra no mais
íntimo de mim mesmo: amanhã, 15 horas finadas, estarão à minha frente duas ‘estátuas
jacentes’, à espera que eu accione a singular chave de ignição daquele funéreo
transporte que as levará ao apartamento final. Duas trabalhadoras, duas
procriadoras, duas mártires da máquina avara que fabrica o pão amassado com
sangue suor e lágrimas. E o amargo
insólito é que ambas são irmãs, ambas octogenárias, nascidas do mesmo berço,
irmanadas na mesma sepultura. Uma delas, radicada em Machico; a outra, ‘emigrada’
na Camacha. A precária saúde entendeu voltar a uni-las na mesma casa materno-paterna
da ruralidade machiquense. Sei que não será fácil conter a emoção fatídica das 15
horas.
Resta-me
o conforto de saber que ali cumpriu-se um
Mandato.
Ali,
amanhã, à minha e nossa frente, mais que homenagem, haverá o facho luminoso da
Vida transmitido de mão em mão pela mensagem viva das duas irmãs. E voltará a ser Festa do Pão e da Vida!
19.Jun.i8
Martins Júnior
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