quinta-feira, 19 de julho de 2018

NASCIDAS NO MESMO BERÇO, IRMANADAS NA MESMA TUMBA!


  

Na semana das homenagens às ditas grandes personalidades,
No términus das preocupações e prazeres  que marcam os preparativos  para a Festa do Pão e da Vida no templo da Ribeira Seca,
Eis que outro insólito acontecimento povoa todo o ar que respiro e penetra no mais íntimo de mim mesmo: amanhã, 15 horas finadas, estarão à minha frente duas ‘estátuas jacentes’, à espera que eu accione a singular chave de ignição daquele funéreo transporte que as levará ao apartamento final. Duas trabalhadoras, duas procriadoras, duas mártires da máquina avara que fabrica o pão amassado com sangue suor e lágrimas.  E o amargo insólito é que ambas são irmãs, ambas octogenárias, nascidas do mesmo berço, irmanadas na mesma sepultura. Uma delas, radicada em Machico; a outra, ‘emigrada’ na Camacha. A precária saúde entendeu voltar a uni-las na mesma casa materno-paterna da ruralidade machiquense. Sei que não será fácil conter a emoção fatídica   das  15 horas.
Resta-me o conforto de saber que ali  cumpriu-se um Mandato.
Ali, amanhã, à minha e nossa frente, mais que homenagem, haverá o facho luminoso da Vida transmitido de mão em mão pela mensagem viva das duas irmãs. E voltará a ser Festa do Pão e da Vida!

19.Jun.i8
Martins Júnior

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